Espelhando o mundo real: como o 'Digital Twins' pode revolucionar diversos setores
Uso do ‘Digital Twins’ pode reduzir custos na indústria e melhorar a qualidade dos produtos
Ufam apresentou pesquisa sobre o segmento na ‘Futurecom 2023’, que aconteceu entre os dias 3 e 5 deste mês em São Paulo (Divulgação)
SÃO PAULO (SP) - No mundo da tecnologia, uma inovação está mudando a forma como as empresas operam e tomam decisões. Trata-se do conceito de "Digital Twins" ou "Gêmeos Digitais", que está transformando indústrias e setores em todo o mundo. A Universidade Federal do Amazonas (UFAM) desenvolve uma pesquisa neste segmento há sete anos e apresentou os estudos na Futurecom 2023, o maior evento do setor de telecomunicações, TI e Internet do Brasil e da América Latina, que aconteceu entre os dias 3 e 5 em São Paulo.
Vicente Lucena, Membro Sênior do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e professor da UFAM, explica que "o objetivo é ter uma ferramenta a mais para ajudar o bom funcionamento das linhas industriais”. Na prática, um Digital Twin é uma réplica digital de um objeto, processo ou sistema do mundo real.
Essa representação digital é alimentada por dados em tempo real e, muitas vezes, incorpora tecnologias como inteligência artificial, aprendizado de máquina e análise de dados para oferecer uma imagem precisa e dinâmica do objeto ou sistema que representa. Segundo Vicente, esta tecnologia existe desde a década de 70. Mas, hoje em dia, ela é operada com um poder de processamento maior.
A Inteligência Artificial aperfeiçoou muito os sistemas e, ao contrário do que se fala, Lucena explica que a IA ajuda no trabalho do ser humano.
Ele explica, ainda, que um Digital Twin é criado a partir de uma série de sensores que coletam dados do objeto ou sistema real. Esses dados são então enviados para um sistema de software que cria e atualiza constantemente a representação digital. Isso permite que os usuários monitorem, simulem e tomem decisões informadas com base nas informações coletadas em tempo real.
Lucena reforça que o sistema pode reduzir custos operacionais e melhorar a qualidade do produto.
Outras práticas
Outro projeto neste mesmo segmento foi apresentado pela doutora Cristiane Pimentel, membro Sênior do IEEE e professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Os estudos dela são para a área hospitalar.
Segundo Pimentel, "será possível fazer simulações antes dos procedimentos médicos serem executados. Com isso, poderemos reduzir custos e também otimizar cirurgias que levam muito tempo para serem realizadas".
Segundo a professora, "a partir do próximo ano, veremos cada vez mais médicos sendo treinados e utilizando a realidade virtual antes da realização das cirurgias, e isto deve impactar a saúde preventiva. A tendência é que esta tecnologia seja usada para treinar as pessoas e desenvolver habilidades, sem que necessariamente você precise de um ambiente físico".