MUDANÇAS?

Escolas de samba desfiliadas da Liesa propõem mudanças nos desfiles do Carnaval 2025

Data de realização dos desfiles, o repasse do fomento e a escolha do corpo de jurados, estão entre as pautas que serão levadas ao Governo do Amazonas e Prefeitura de Manaus

Robson Adriano
online@acritica.com
31/10/2024 às 19:55.
Atualizado em 01/11/2024 às 19:42

Desfiles das Escolas de Samba de Manaus, no Sambódromo, podem ter mudanças (Foto: Arquivo AC)

Sete escolas de samba do grupo especial de Manaus, desfiliadas da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), irão propor mudanças no desfile das agremiações para o carnaval 2025. A data de realização, o repasse do fomento e a escolha do corpo de jurados, estão entre as pautas que serão levadas ao Governo do Amazonas e Prefeitura de Manaus. Uma coletiva com informações sobre o desfile deve acontecer na próxima semana. As desfiliações das agremiações ocorreram após resultado do carnaval deste ano. 

O presidente do Grêmio Recreativo Escola de Samba (GRES) Vitória Régia, Darlan Braga, apontou nesta quinta-feira (31), que articulações colocam suspeitas sobre o resultado do carnaval de Manaus.

“Queremos um carnaval sério e que passe credibilidade para a nossa população. Não é justo que o carnaval seja definido pelos bastidores. A (GRES) Vitória Régia, (GRCES) A Grande Família, (GRES) Reino Unido (da Liberdade), (GRES) Vila da Barra, (GRESU) Alvorada, todas querem um carnaval justo e competitivo”, declarou Braga.

 Mário Jorge, presidente do Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos (GRESU) do Alvorada, zona Centro-Oeste, declarou que o carnaval precisa de melhorias.

“De uma liga que realmente nos represente para que a gente busque um resultado digno. Um resultado confiável. Sempre há uma situação de dificuldade no julgamento, por conta da similaridade das notas. O corpo de jurados que está vindo até agora, não sei qual a feição que têm por certa agremiação, que os resultados são sempre os mesmos”, ponderou.

Mário Jorge, presidente da GRESU do Alvorada (Foto: Paulo Bindá)

O gestor da verde e rosa do bairro Praça 14 de Janeiro, zona Sul da cidade, defende que os julgadores devem ser de outros estados brasileiros, como no Festival de Folclórico de Parintins.

“A primeira coisa é banir do estado do Amazonas esse corpo de jurados do Riec (Santos). Sabemos também da ligação que alguns presidentes tem de amizade pessoal com essa empresa. Temos que escolher jurados novos de outros estados, não só Rio de Janeiro e São Paulo, como é feito no Festival de Parintins”, pontuou Darlan.

Braga defende que o desfile das escolas de samba seja realizado no dia 1º de março, sábado gordo de carnaval. Em 2024, o desfile ocorreu um fim de semana antes do feriadão momesco, no sábado magro, dia 3 de fevereiro. Na avaliação do presidente da GRES Vitória Régia, o desfile realizado uma semana antes não foi proveitoso para a cidade, assim como para o desfile. Ele também defende que o recurso tem que ser repassado antecipadamente. 

“Tinha gente ligando atrás de comprar fantasia no dia do carnaval. E não sabia que o desfila tinha sido uma semana antes. A divulgação do Carnaval tem que ser massiva”, disse Braga. “A verba sai muito tarde. A Prefeitura e o Estado já se proporam a realizar metade do pagamento agora (em 2024) e metade ano que vem. Seria uma forma de melhorar o carnaval. Para fazer um produto vendavel, tem que investir, e tem que ter recurso antecipado. Tudo em cima da hora é mais caro”, complementou.   

Darlan Braga, presidente GRES Vitória Régia (Foto: Paulo Bindá)

O presidente da GRESU do Alvorada falou dos valores repassados às escolas.

“A defasagem é monstruosa. São 75% de defasagem no repasse pelo Governo do Estado e 100% por parte da Prefeitura, que tá congelado desde 2015. Imagina, nove anos de inflação corridos, passando por uma pandemia, e os preços dos materiais de carnval são caros. É uma festa que precisa de uma correção monetária. É o momento de buscar soluções e aqui estamos”, disse Mário Jorge.

Ele ainda esclareceu o motivo da saída de setes escolas deixaram a Liesa. “É um modelo que não nos atende. É um modelo centralizado, que não tem transparência. Não tivemos acessos às informações financeiras que é a prestação de contas. E essa questão dos jurados. Queremos trazer jurados convidados de todos os estados do Brasil. É um modelo que o boi de Parintins faz. É preciso entrar no jogo com esperança de vitória e não entar derrotado”, concluiu.

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