Órgão federal contratou instituto de São Paulo e, dois anos depois, não contactou famílias de vítimas
(Foto: Arquivo A CRÍTICA)
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) adiou pela quarta vez a finalização do contrato que prevê estudos sobre o que motivou a queda de duas pontes na BR-319, em 2022. O primeiro desabamento deixou cinco mortos e dezenas de feridos. O caso completa dois anos neste mês, em meio à cobrança de parentes das vítimas por responsabilização pela tragédia.
Nesta terça-feira (3), A CRÍTICA noticiou que o inquérito da Polícia Civil do Amazonas que investiga o desabamento ainda aguarda a finalização de dois laudos. O primeiro é o que está na Polícia Técnico-Científica da própria PC-AM, também atrasado, e o segundo, esse contratado pelo DNIT. O órgão federal terceirizou o serviço para o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT-SP).
À reportagem, o órgão federal informou que o contrato foi prorrogado até novembro de 2024. “A prorrogação do prazo objetiva que a fiscalização conduza uma revisão detalhada dos documentos a serem entregues, garantindo que todas as inconformidades sejam identificadas e tratadas”, diz o DNIT.
“Diante disso, os resultados somente serão conhecidos após a entrega do relatório e com a posterior análise por parte da fiscalização do DNIT. Destaca-se que durante o processo de análise pode haver a necessidade de ajustes e/ou apresentações de material suplementar por parte do IPT”, finaliza a nota.
A previsão inicial era que a investigação, pelo IPT-SP, fosse finalizada até outubro de 2023, um ano após a tragédia, o que não ocorreu. Em seguida, o DNIT mudou a data para junho deste ano, que também não foi cumprida. O prazo mais recente, informado pelo superintendente do DNIT no Amazonas, Orlando Machado, era agosto passado. O mês passou e também não houve divulgação de resultados da apuração. Com a nova data, novembro de 2024, são pelo menos quatro adiamentos dos resultados.
Em reportagem anterior, familiares das vítimas criticaram a demora e a falta de assistência em meio ao luto pelas perdas. O DNIT diz que só irá procurar as famílias após ter o resultado da investigação administrativa sobre o que ocorreu.