Taxa de pouca água

Custo ‘seca’ já chega a R$ 500 milhões na Zona Franca de Manaus

Comisssão de Logística do Cieam atribui gasto adicional à taxa de pouca água, vigente desde agosto

Waldick Júnior
waldick@acritica.com
16/09/2024 às 08:29.
Atualizado em 16/09/2024 às 08:29

Seca já atinge níveis críticos no Amazonas, mas cenário pode piorar nas próximas semanas, sem sinal de fim da vazante (Divulgação/Antaq)

Um levantamento preliminar da Comissão de Logística do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam) indica que empresas da Zona Franca de Manaus (ZFM) já precisaram gastar R$ 500 milhões a mais por causa da seca deste ano. A maior parte dos insumos utilizados no Polo Industrial é transportada pelos rios. Nesta sexta-feira, o rio Negro atingiu a cota de 16,75 metros em Manaus. Faltam 4,05 metros para alcançar o recorde de 2023. 

“Já constatamos um aumento dos custos, com estimativas iniciais de R$ 500 milhões. Estamos em fase de pesquisa para detalhar esses gastos adicionais”, afirmou para A CRÍTICA o coordenador da Comissão de Logística, Augusto César Barreto Rocha. O levantamento deve ser finalizado em duas semanas.

De acordo com ele, o custo adicional é proveniente da chamada ‘taxa de pouca água’, que passou a ser cobrada por empresas de transporte de contêineres em agosto deste ano. “Fizemos uma simulação pelo preço médio de sobretaxas e volume transportado e chegamos a esse número”, explicou.

Após ser anunciada, ainda em julho, a taxa adicional sofreu críticas por parte das principais entidades do comércio e indústria do estado. O governador do Amazonas, Wilson Lima (União) também se colocou contra a medida.

Críticas

Dentre os pontos levantados, estavam o fato de o adicional ter sido implementado antes do auge da seca e seu aumento em comparação a 2023. No ano passado, a taxa teve preço típico (médio) de US$ 900, lembra Augusto Rocha. “Hoje, cada empresa tem uma sobretaxa. Os valores variam de US$ 3,4 mil a US$ 5,9 mil por contêiner”, disse.

Houve ainda negociações para tentar reduzir os valores, mas nem todas avançaram. A principal aposta na logística, hoje, são os ‘portos provisórios’ instalados em Itacoatiara, a 270 quilômetros de Manaus. As estruturas foram montadas pelas empresas Chibatão e Super Terminais após a indústria ver riscos de a dragagem, anunciada pelo governo federal, não ser feita a tempo.

“O transbordo do Chibatão [porto] já está testado e, na pior das hipóteses, o navio ainda chegará com 70% de ocupação, com trânsito adicional de sete dias”, afirmou Augusto Rocha, garantindo que as empresas aprenderam com o cenário de 2023. 

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