Segundo o Iphan um Plano de Ação com o intuito de pesquisar e cadastrar sítios arqueológicos no Amazonas está em execução
Gravuras encontradas em sítio arquelógico por conta da seca no Estado (Foto: Divulgação / Iphan-AM)
As gravuras em forma de rostos humanos gravadas em pedras e rochas reapareceram neste mês com a severa seca do rio Negro. Nesta quarta-feira (25) o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou ao acrítica.com que “vem realizando fiscalizações regularmente na área do sítio arqueológico Ponta das Lajes, com apoio do Instituto Soka Amazônia”. Segundo o Iphan um Plano de Ação com o intuito de pesquisar e cadastrar sítios arqueológicos no Amazonas está em execução.
“Todo material arqueológico pertence à União e a legislação veda aproveitamento econômico de artefatos arqueológicos, assim como a destruição e mutilação”, reforçou.
Os petróglifos têm despertado a curiosidade da população, mas a área oferece riscos, assim como os bens arqueológicos podem sofrer degradação por ação humana. Uma página na rede social cancelou uma excursão para essa localidade, após recomendação do Iphan. Segundo a pedagoga Gisella Braga, administradora da página, o instituto informou que “o local apresenta perigo de desabamento e que visitas ao local só podem ser realizadas com técnicos especializados ”.
O Iphan informou que uma ação educativa em parceria com o Instituto Soka Amazônia está agendada para esse mês.
Outra ação está programada. “Já no dia 1º de novembro, no próprio Instituto Soka Amazônia, vão acontecer atividades de palestra e sensibilização quanto à preservação do patrimônio arqueológico, contando com a participação de discentes do Instituto Federal do Amazonas (Ifam)”, disse o Iphan. “Conforme a legislação de proteção ao patrimônio arqueológico é terminantemente proibido alterar a composição dos sítios arqueológicos por quaisquer meios”, complementou.
Em relação aos lixos o instituto informou que são oriundos de outras áreas da cidade e resultado de descarte inadequado. “Informamos que a presença desses resíduos gera preocupação, razão pela qual orientamos aos visitantes evitarem levar material plástico ou similar quando das visitas ao local, recolher e retornar com os resíduos e efetivar o descarte correto dos materiais eventualmente levados”, disse o Iphan.
O local onde está os “rostos humanos” é chamado de Sitio Arqueológico Ponta das Lajes tombado pelo Iphan. E segundo o instituto esse ano é a segunda vez que as gravuras reaparecerem. A primeira vez foi em novembro de 2010 e à época a reportagem do jornal A Crítica esteve no local. Segundo o Iphan, a área das lajes é um conjunto de rochas de nome aretino e durante a cheia o local é ponto de desova de jaraqui.
Em 2010, Walter Calheiros, pesquisador educacional, foi o responsável por descobrir os petróglifos. À época, Calheiros disse que a descoberta foi por acaso ao tentar se proteger de raios durante um temporal. Ele contou que estava procurando algum sinal de celular nas Lajes, junto à bióloga Elisa Wandelli, quando correu para debaixo de uma gruta, na beira do rio, onde estava justamente a inscrição rupestre.
Há 400 metros do Sítio Arqueológico futuramente estará construído o Parque Encontro das Águas – Rosa Almeida, com acesso pela avenida Desembargador Anísio Jobim, na zona Leste da cidade, com previsão de entrega para outubro do ano que vem. Conforme anunciado pela Prefeitura de Manaus a obra está orçada em R$ 80 milhões e é de responsabilidade das empresas FN Crespo Neto e Cia LTDA e a Red Engenharia.