Promotor aposentado já responde por chamar advogada de “cadela” durante audiência
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) instaurou um novo processo administrativo disciplinar (PAD) contra o promotor aposentado Walber Luís do Nascimento por ofensas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão partiu do corregedor da instituição, Ângelo Fabiano Farias, durante a sessão ocorrida em 10 de dezembro.
As falas ocorreram durante uma audiência judicial na cidade de Manaus. Walber chegou a ser investigado pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM), mas o processo foi arquivado após sua aposentadoria. Segundo o corregedor, o então promotor chamou Lula de “líder da quadrilha de ladrões”.
“Eu estou falando de um fato de pessoas notadamente corruptas, bandidas, ladrões terem sido descondensadas e estarem ocupando cargos públicos inclusive na presidência da República. O Brasil é o país que mais lincha porque as pessoas querem fazer justiça com as próprias mãos. Porque a Justiça quando pode fazê-la o Poder Judiciário não faz. E nós estamos sofrendo hoje com essa merda que fizeram descondenando uma quadrilha de ladrões. Mas os que roubam milhões não estão presos. Ele só esqueceu de dizer por que não estão presos. Porque vários ministros dos tribunais superiores à serviço dessa quadrilha, chamada Partido dos Trabalhadores, soltou todos ele”, disse à época.
As ofensas ocorreram apenas três meses antes de outra polêmica envolvendo Walber Nascimento, na qual ele comparou a advogada Catharina Estrela a uma cadela, fato que gerou outro PAD que foi recentemente reaberto por decisão do CNMP. Durante a retomada do processo administrativo contra o promotor aposentado, o corregedor Ângelo Fabiano havia adiantado a possibilidade de investiga-lo pelas ofensas proferidas contra o presidente da República.
“Já deixando claro que, se houver um posicionamento do plenário pela instauração do procedimento, eu vou determinar a instauração de procedimento disciplinar desses outros fatos relativos a ofensas aos ministros do STF, dos tribunais superiores e ao presidente da República”, ressaltou.
O promotor foi ouvido nessa terça-feira (17) acerca do processo envolvendo a advogada. Antes, tanto Catharina Estrela quanto três testemunhas foram ouvidas pelo CNMP na sede da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado do Amazonas.
A reportagem não conseguiu contato com Walber Nascimento para obter um posicionamento sobre ambos os protestos.