A sentença pode ser proferida até à noite de hoje.
Eles discutiram na frente dos jornalistas (Foto: Junio Matos)
O terceiro dia de julgamentos dos sete policiais militares réus no caso da “Chacina do Grande Vitória” começou nesta quarta-feira (3) no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, bairro São Francisco, zona Sul da cidade. Testemunhas de defesa e acusação já foram ouvidas, assim como os réus, que optaram pelo silêncio. A sentença pode ser proferida até à noite de hoje.
Nesta terceira fase do processo, o Ministério Público e a defesa dos réus terão duas horas e meia cada para os debates. Em seguida, ocorre a quesitação, na qual os jurados vão formular o posicionamento a respeito do que foi apresentado por acusação e defesa; por fim, a sentença será proferida no fim de todo o procedimento.
O juiz responsável pelo julgamento, Eliezer Fernandes Júnior, explicou durante entrevista coletiva concedida na manhã desta quarta-feira, no Fórum, que os réus permaneceram calados durante os questionamentos realizados no dia anterior.
(Foto: Junio Matos)
“Eles não responderam perguntas, inclusive as minhas. O réu pode responder ou não, ele tem esse benefício e isto não vai prejudicar a defesa deles, é um momento que eles têm pra explicar e melhorar essa defesa”, disse o magistrado.
Bate-boca às portas do plenário
Após a fala do juiz, a advogada de quatro dos sete acusados, Marta Gonzales, decidiu se posicionar na coletiva e disse que o inquérito foi mal instruído desde o início, razão pela qual os clientes dela teriam ficado em silêncio. A advogada foi interrompida pelo juiz que pediu o encerramento da entrevista.
“Não é isso, não. Aqui não se trata do mérito do julgamento, não é um debate. A doutora extrapolou. A senhora vai acusar o Ministério Público, vai expor [o julgamento]” disse o juiz em frente às câmeras.
Gonzales se defendeu e disse que estava apenas pontuando o porquê de os clientes terem ficado calados, mas de nada adiantou e a fala da advogada foi cortada.
“É assim que funciona a nossa justiça” disse Marta após ter sido interrompida.
Relembre o caso
Os réus José Fabiano Alves da Silva, Edson Ribeiro da Costa, Ronaldo Cortez da Costa, Eldeson Alves de Moura, Cleydson Enéas Dantas, Denilson de Lima Corrêa e Isaac Loureira da Silva respondem por homicídio triplamente qualificado contra Alex Júlio Roque de Melo, 25 anos, Rita de Cássia da Silva, 19 anos, Weverton Marinho Gonçalves, 20 anos.
O crime ocorreu no dia 29 de outubro de 2016, quando Alex, Rita e Weverton retornavam de uma festa quando forma abordados pelos reús, de acordo com a denúncia do Ministério Público do Amazonas. A abordagem aconteceu na comunidade Grande Vitória, bairro Gilberto Mestrinho, zona Leste de Manaus. Imagens de uma câmeras de vigilância registraram a entrada do trio no carro da PM. Foi a última vez que foram vistos.
Ainda naquele ano a Polícia Civil do Amazonas concluiu o inquérito e indicou a morte dos três jovens após encontrar material genético das vítimas. Os corpos nunca foram encontrados.