“Ela não é bem-vinda aqui", foi o que declarou o presidente da Associação, Anderson Sousa. Segundo ele, a ministra "vai passar vergonha e ser criticada por todos no evento"
(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM), o prefeito de Rio Preto da Eva, Anderson Sousa, afirma que a entidade, assim como a bancada do Amazonas, pediu ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não esteja na agenda do presidente Lula (PT) em Manaus, nesta terça-feira (10).
À reportagem, o Ministério do Meio Ambiente informou que “há previsão” de que Marina Silva esteja com o presidente Lula na comitiva que virá a Manaus.
Na última quinta-feira (5), o ministro Alexandre Padilha esteve em Manaus e tratou da agenda do presidente Lula, assim como sobre a estiagem e as queimadas, com os deputados federais e senadores do Amazonas. O presidente da Associação dos Municípios, Anderson Sousa, também esteve presente.
Em julho, a Justiça Federal do Amazonas suspendeu uma licença prévia para recuperação do chamado ‘Trecho do Meio’ da rodovia, com mais de 400 quilômetros de extensão, concedida no governo Bolsonaro. O pedido foi feito pelo Observatório do Clima.
Desde o início da gestão Lula, os principais atores políticos do Amazonas escolheram a ministra do Meio Ambiente como alvo, em especial, por considerarem que ela atrapalha o projeto de recuperação da rodovia BR-319. As duas principais vozes são a do senador Omar Aziz e do governador Wilson Lima (União).
A cobrança pública não se estende a outros ministros do governo, como ao titular da pasta de Transportes, Renan Filho, onde está o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pela manutenção da BR-319 e que pode fazer novos pedidos de licenciamento ao Ibama.
Há uma expectativa de que outros ministros estejam no evento, como a titular da Saúde, Nísia Trindade, e o ministro Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional.
No dia 4 de outubro, durante visita a Manaus por causa das queimadas e seca, Marina Silva foi cobrada sobre a BR-319. Na ocasião, ela ressaltou que ficou 15 anos fora do governo federal e mesmo assim a estrada não saiu. “É um processo técnico. Ninguém dificulta, ninguém facilita. Estão sendo realizados os estudos. E quando o presidente Lula pediu os estudos é porque ele quer que se tenha as duas coisas: os empreendimentos, mas com sustentabilidade”, disse a ministra se referindo ao relatório do GT do Ministério dos Transportes que foi divulgado no dia 11 de junho deste ano e que aponta as condicionantes ambientais para conclusão do trecho do meio da rodovia.