São 51.9% do total de moradias enquadradas como inadequadas, de acordo com estudo da Fundação João Pinheiro
(Foto: Arquivo A CRÍTICA)
O Amazonas é o segundo estado brasileiro a ter a pior situação quanto as condições inadequadas das construções de moradia. São 51.9% do total de moradias enquadradas como inadequadas, de acordo com estudo da Fundação João Pinheiro, vinculada ao Governo de Minas Gerais e responsável pelo acompanhamento do déficit habitacional no Brasil por meio da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades.
A realidade amazonense na área domiciliar é mais um dado preocupante no que se refere à precariedade das habitações e os riscos que tal condição representam. Também expõem os impactos na qualidade de vida das pessoas que vivem nessas unidades habitacionais e as ameaças cotidianas a que estão submetidas as famílias.
O termo “inadequação edilícia” refere-se a falta de banheiro exclusivo, de dormitórios e capacidade de armazenar água entre outros itens que integram a adequada moradia. O panorama está vinculado a outros dados, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, fevereiro/2024) que indicam 1,2 milhão da população nacional não possuir banheiros e fazem suas necessidades fisiológicas a céu aberto ou em buracos. Os piores índices estão nas regiões Nordeste, com destaque para o Piauí e Maranhão, e, no Norte, o Acre.
O que a pesquisa da Fundação João Pinheiro constatou no Amazonas é a falta elevada de serviços básicos que a moradia deveria assegurar aos que nela habitam. O estado possui mais da metade da população vivendo em situação de pobreza e mais de 400 mil pessoas que não conseguem ter três alimentações diárias e estão situados na massa dos miseráveis, dos famintos.
Ao se juntar os indicadores, divulgados em separado, a fotografia revelada é a subcidadania da maior parcela dos moradores do Amazonas. O questionamento feito permanece sem resposta: os governos consideram esses estudos e a partir deles estão buscando meios de enfrentar o agravamento da pobreza e criar condições sólidas para o Estado superar esse nível crítico de vida.
A desigualdade permanece em crescimento e denuncia a vigência da concentração de riqueza em mãos de poucos. O caminho passa pela vontade política de desenvolver iniciativas que assegurem a melhor distribuição dos bens e dos recursos financeiros. Se não houver determinação, os números dos estudos irão repetir a subvida da maioria da população e a inércia governamental.