Segundo levantamento do instituto Datafolha, divulgado nesta sexta-feira (14), apenas 24% da população aprova a gestão do petista, enquanto a reprovação alcançou 41%
A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu um novo revés, atingindo a pior marca já registrada em todos os seus mandatos. Segundo levantamento do instituto Datafolha, divulgado nesta sexta-feira (14), apenas 24% da população aprova a gestão do petista, enquanto a reprovação alcançou 41%. Outros 32% dos entrevistados classificam o governo como regular.
O levantamento, realizado nos dias 10 e 11 de fevereiro, ouviu 2.007 eleitores em 113 municípios de diferentes regiões do Brasil. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Os números revelam uma queda expressiva na aprovação de Lula em relação à última pesquisa do Datafolha, realizada em dezembro de 2024, quando 35% da população considerava o governo como “ótimo ou bom”. Naquela ocasião, a reprovação era de 34% e 29% avaliavam a gestão como regular.
Até então, o pior desempenho de Lula em pesquisas do Datafolha havia sido registrado em 2005, durante a crise do mensalão, quando sua aprovação chegou a 28%.
A pesquisa de fevereiro ocorre após uma série de turbulências que atingiram o governo nos últimos meses. Entre elas, a chamada "crise do Pix", gerada pela tentativa do governo de fiscalizar transações acima de R$ 5.000 pelo sistema de pagamento instantâneo. A medida foi amplamente criticada pela oposição, que sugeriu que poderia haver uma tentativa de controle indevido ou até mesmo uma futura taxação do sistema. A pressão fez com que o governo revogasse a decisão.
Outra crise recente envolveu a inflação dos alimentos, questão que se tornou ainda mais sensível após declarações do presidente e de membros da equipe ministerial sobre os preços dos produtos da cesta básica. Sugestões como a de substituir laranjas por frutas mais baratas foram alvo de ironias e duras críticas por parte da oposição.
Com a queda na aprovação, o governo também realizou mudanças na Secretaria de Comunicação (Secom), substituindo Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira, em uma tentativa de reorganizar sua estratégia de comunicação.
A queda na popularidade de Lula representa um desafio significativo para o governo, que enfrenta resistências em diversas frentes, incluindo a relação com o Congresso Nacional e a pressão para apresentar soluções concretas para a economia. Especialistas apontam que o presidente precisará investir em medidas que retomem a confiança da população e amenizem os impactos das recentes crises.
Com um cenário desafiador, a próxima avaliação do Datafolha será crucial para medir o impacto das novas ações do governo e sua capacidade de reverter a tendência de queda na popularidade.