A empresa classificou como “equivocada” a ação do MP, que aponta supostas irregularidades na comercialização dos ingressos
Valdo Garcia, diretor-presidente da Amazon Best, deu entrevista coletiva falando sobre o caso na manhã de hoje (12) (Foto: Nilton Ricardo/Freelancer)
A Amazon Best informou que ainda não foi notificada formalmente sobre a ação do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), que pediu a suspensão da venda de ingressos para o Festival de Parintins 2025, e afirmou estar disposta a esclarecer quaisquer dúvidas relacionadas ao caso. A empresa classificou como “equivocada” a ação do MP, que aponta supostas irregularidades na comercialização dos ingressos.
Valdo Garcia, diretor-presidente da Amazon Best, afirmou que as denúncias são infundadas e que o corpo jurídico da empresa está à disposição para tratar dos pontos mencionados na ação judicial. Durante entrevista concedida na manhã desta quinta-feira (12), ele também explicou como funciona a venda de ingressos para o festival.
Sobre a suposta prática de venda casada, o diretor negou qualquer irregularidade, destacando que a comercialização de passaportes para as três noites do festival é uma tradição local e não uma imposição.
Em relação à acessibilidade, Garcia afirmou que a Amazon Best não vende ingressos para pessoas com deficiência devido à falta de garantias de segurança no Bumbódromo. “Se vendêssemos esses ingressos, estaríamos descumprindo o Código de Defesa do Consumidor, que nos torna responsáveis pela segurança dos consumidores. O Governo do Amazonas, o Corpo de Bombeiros e as secretarias de Cultura e Justiça têm conhecimento disso e possuem documentação que confirma a inexistência de acessibilidade no Bumbódromo”, explicou.
Outro ponto citado pelo MP-AM foi a distribuição de ingressos, que estaria irregular. Garcia esclareceu que a prática de destinar cerca de 30% dos ingressos para patrocinadores e diretores dos bois já existia antes mesmo de a Amazon Best assumir a organização do festival, destacando que os bois têm direito à distribuição de ingressos para seus associados.
O Ministério Público do Amazonas ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP) para suspender a venda de ingressos para o Festival de Parintins 2025 até que supostas irregularidades sejam corrigidas. A principal reclamação envolve a venda exclusiva de pacotes para as três noites do evento, prática considerada venda casada, proibida pelo Código de Defesa do Consumidor.
A ação exige que ao menos 50% dos ingressos sejam comercializados de forma avulsa, o respeito à meia-entrada para grupos prioritários, como idosos e estudantes, e o pagamento de uma indenização de R$ 1,5 milhão por danos morais coletivos.
O MP-AM baseou a ação nas irregularidades identificadas durante a comercialização de ingressos para o festival de 2024, alegando o descumprimento de cláusulas contratuais que previam a venda de ingressos avulsos. Além disso, questiona a distribuição desproporcional de ingressos entre patrocinadores e o público geral, alegando prejuízo aos consumidores vulneráveis e violação do direito de escolha.