O primeiro a localizar os destroços do avião em Manicoré foi Maicon, motorista da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que descreveu a descoberta como um momento marcado por intuição e perseverança
Buscas pelos destroços foram reforçadas nesta quarta-feira (25). Pela manhã, os destroços foram localizados na mata (Foto: Reprodução)
Desaparecido desde a última sexta-feira (20), o avião de pequeno porte que caiu nas proximidades do município de Manicoré (a 332 quilômetros de Manaus) foi encontrado na manhã desta quarta-feira (25). O primeiro a localizar os destroços foi Maicon, motorista da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Manicoré (Semades), que descreveu a descoberta como um momento marcado por intuição e perseverança.
“Eu fui a primeira pessoa a ver o avião. Estava com outros parceiros e conseguimos achar pelo fedor no mato, de coisa podre, e os urubus que deram o sinal”, contou Maicon. Segundo ele, desde a véspera da localização, havia um forte sentimento de que encontraria a aeronave.
Os destroços estavam em uma área de mata de difícil acesso na Comunidade Bom Jesus, estrada Igarapé Grande. No local, foram encontrados os corpos do piloto Rodrigo Boer e do passageiro Breno Braga Leite. A Prefeitura de Manicoré confirmou que não havia sobreviventes e emitiu uma nota de pesar, solidarizando-se com as famílias das vítimas. “Neste momento de dor, a gestão municipal se coloca à disposição para oferecer o suporte necessário”, dizia o comunicado.
O acidente, segundo testemunhas, pode ter sido causado pelo mau tempo na região. Relatos indicam que a aeronave perdeu altitude e colidiu com açaizeiros sob forte chuva. Uma moradora da Comunidade Bom Jesus, identificada como Raimunda, relatou que ouviu um barulho estranho vindo do avião antes de um estrondo semelhante a uma explosão.
As buscas pela aeronave, registrada com a matrícula PT-JCZ, começaram no sábado (21) e envolveram equipes da Força Aérea Brasileira (FAB), da Prefeitura de Manicoré, da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. A FAB informou que percorreu uma área de mais de 840 quilômetros quadrados em 12 horas de busca antes da localização dos destroços.
O caso gerou comoção em Manicoré e nas redes sociais. A mãe do piloto, Nágila Boer, havia feito um apelo para que as autoridades intensificassem as buscas. Segundo ela, Rodrigo sonhava em conhecer a Amazônia e havia realizado revisões na aeronave antes do voo.
Para Maicon, o ocorrido é um evento marcante. “Não é parente da gente, mas é um ser humano. Conhecemos os familiares, o pai, o tio de um deles. É algo que vai ficar marcado”, desabafou.
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