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Faturamento do PIM atinge o recorde de R$ 204 bilhões impulsionado pela produtividade

Além do faturamento, houve crescimento na mão de obra da indústria

Emile de Souza
03/02/2025 às 16:50.
Atualizado em 03/02/2025 às 16:50

Polo Industrial de Manaus (Foto: Divulgação)

O faturamento recorde do Polo Industrial de Manaus em 2024, de R$ 204 bilhões, se deu por aumento da produtividade e pelo aquecimento da economia no país. A avaliação foi feita pela economista Denise Kassama.

O montante representa crescimento de 16,24% na comparação com o resultado obtido em 2023 (R$ 175,83 bilhões). Em dólar, o faturamento global de 2024 foi de US$ 37.51 bilhões - alta de 6,36% na comparação com 2023 (US$ 35.27 bilhões).

Denise Kassama avaliou o recorde como positivo pelo aumento de produção e melhoria de outros fatores econômicos. 

“Esse faturamento recorde coaduna (combina) com outros fatores econômicos, principalmente o segundo semestre de 2024. O ano inteiro consta que o PIM, além de ter recorde de produtividade, teve redução do número de desemprego”.

Conforme a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o número de mão de obra nas fábricas do PIM registraram, ao final de dezembro, 127.798 trabalhadores empregados (entre efetivos, temporários e terceirizados). Com os resultados contabilizados de janeiro a dezembro, a média mensal de empregos diretos do PIM em 2024 foi de 123.489 trabalhadores, o que representa crescimento de 8,87% em relação à média mensal de 2023 (113.419 trabalhadores).

A economista ressaltou que o crescimento do PIM representa um importante mecanismo econômico do estado. 

“Também teve aumento da arrecadação tributária. Então significa que, se o PIM está produzindo, está pagando bastante imposto, mesmo com o incentivo e empregando pessoas. Uma coisa leva à outra. Se essa pessoa tem renda, ela vai consumir no comércio, que vai demandar da indústria e assim a roda da economia gira”, disse Kassama.


 
A economista destacou que os números são bons e que, apesar do estado vivenciar uma crise climática, que se estende desde 2023, a economia cresceu. 

“Eu diria que 2024 foi um ano muito bom para a economia do Amazonas, mesmo com as intempéries da seca. Do ponto de vista de arrecadação fiscal, foi um ótimo ano e desenvolvimento econômico também”.

Os principais segmentos de crescimento no ano passado foram: bens de Informática faturamento de R$ 47,07 bilhões e crescimento de 9,93%; Eletroeletrônico, faturamento de R$ 36,84 bilhões e crescimento de 11,71%; Duas Rodas, faturamento de R$ 36,47 bilhões e crescimento de 18,32%. 

Já os principais produtos produzidos, destacam-se: 

(Foto: Divulgação)


(Foto: Divulgação)

Aumento de produtividade e preços dos produtos 

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, destacou que, embora os preços dos produtos tenham aumentado, o resultado recorde do Polo Industrial se deve, principalmente, ao crescimento da produtividade.

“Pode-se observar as duas situações, tanto aumento da produção, quanto do valor final dos produtos, embora a alta da produção tenha um impacto bem maior no resultado, haja vista que poucos produtos apresentaram quedas acentuadas em suas produções”, explicou o presidente. 

Antônio Silva informou que muitos produtos apresentaram crescimento significativo, como o de receptores de sinal de televisão, que partiu de 4.157.725 unidades em 2023, para 7.726.425 em 2024; condicionador de ar split system saiu de 3.714.177 unidades fabricadas em 2023, para 5.775.240 em 2024; forno microondas, de 3.601.103 unidades em 2023, para 5.465.612 em 2024;

Além do comparativo das motocicletas, que saíram de 1.622.244 unidades em 2023, para 1.831.600 em 2024; televisores também apresentaram considerável aumento, partindo de 11.776.360 unidades produzidas em 2023, para 13.994.881 em 2024.

Em 2024, o Brasil atingiu a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica, 6,6%. Antônio Silva explicou que esse fator econômico é um dos motivos do crescimento do PIM. 

“Os produtos manufaturados no Polo Industrial de Manaus são, em sua maioria, bens de consumo duráveis de valor agregado alto, ou seja, dependem que a economia esteja aquecida para que a produção cresça. A queda no índice de desemprego e o aumento da renda média da massa salarial das famílias influenciaram diretamente no aumento do consumo desses bens”, disse.

O presidente ressaltou que o crescimento da mão de obra na Zona Franca é tão importante quanto a produção e o faturamento.

Crise climática

Alguns setores sofreram influência direta da crise climática. Segundo Antônio Silva, o crescimento da produção de condicionadores de ar se deu em razão desse processo. 

“A onda de calor que atingiu o país no último ano, por exemplo, influenciou o aumento substancial da produção de condicionadores de ar”.

O presidente da Fieam também explicou que graças à melhoria do poder de compra das famílias e fatores sociais, outros setores cresceram. 

“O aumento da massa salarial também possibilitou que as famílias trocassem aparelhos eletroeletrônicos de segunda necessidade, como é o caso dos televisores e celulares. E a mudança de hábito da população no período pós-pandemia, também tem impactado positivamente o segmento de Duas Rodas”, afirmou.

Silva ressaltou que os resultados de 2024 refletem o bom desenvolvimento da economia amazonense. 

“É um resultado histórico para o Polo Industrial de Manaus, pois demonstra a solidez de um dos modelos de desenvolvimento mais exitosos do país. Trata-se de um atesto do trabalho de excelência realizado por nossas indústrias e da resiliência para superar as dificuldades econômicas e estruturais da região”.

Esses resultados foram celebrados também pelo superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, que destacou a manutenção de 130 mil postos de trabalho. Ele informou que a expectativa para 2025 é que continue crescendo. 

“Sem dúvidas, são resultados que ficarão para a história e deixam uma satisfação muito especial para a Suframa e para o governo federal. Esperamos que em 2025 esse cenário tenha continuidade e que nossos indicadores de desempenho da indústria mantenham-se robustos e ascendentes", afirmou
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