Universidade

Estudantes da Ufam têm aulas presenciais suspensas por falta de água no campus

Ficarão sem aulas presenciais, até sexta-feira, alunos da Faculdade de Tecnologia, Instituto de Computação, Instituto de Ciências Humanas, Instituto de Ciências Sociais, Faculdade de Direito e Instituto de Ciências Exatas.

Amariles Gama
online@acritica.com
09/08/2022 às 20:24.
Atualizado em 10/08/2022 às 07:20

(Foto: Jeiza Russo)

A falta de água levou a suspensão de atividades acadêmicas e administrativas presenciais, nesta semana, no Setor Norte do Campus Universitário Arthur Virgílio Filho, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus. Estudantes afetados pelo problema de abastecimento alegam falta de manutenção e se reuniram, nesta segunda-feira (9), para denunciar o "sucateamento das universidades e da educação." 

A estudante de Engenharia Elétrica Eletrotécnica e presidente da União Estadual dos Estudantes do Amazonas (Ueeam), Raiane Alencar, explicou que o Setor Norte é onde fica a maioria dos cursos ofertados pela universidade. Segundo ela, ficarão sem aulas presenciais, até sexta-feira, alunos da Faculdade de Tecnologia, Instituto de Computação, Instituto de Ciências Humanas, Instituto de Ciências Sociais, Faculdade de Direito e Instituto de Ciências Exatas.

“Todo esse setor está sem aula por causa de uma coisa simples, por causa de água, por falta de estruturação. A assembleia de hoje foi para tratar não só dos nossos problemas a nível nacional, com o governo Bolsonaro, mas também aqui a nível estadual, os ataques a Zona Franca e o sucateamento que está acontecendo aqui na Ufam”, disse a estudante, ao destacar que a reunião de hoje já estava marcada, e que os alunos foram surpreendidos com a falta de água que também foi preciso ser pautada.  

Segundo Raiane, a Ueeam irá protocolar junto ao Ministério Público um documento denunciando o que vem ocorrendo tanto na universidade federal quando na estadual. “A gente sabe que atacar a Zona Franca de Manaus é atacar a UEA porque é a grande financiadora da universidade do estado. Então, a gente vai fazer um documento conjunto denunciando esses ataques, esse sucateamento da educação aqui no estado do Amazonas”, disse. 

O estudante de Ciências Econômicas e representante do Conselho Superior de Administração (Consad), Ricardo Miranda, afirma que o que ‘está em jogo’ na universidade são três pautas que garantem a permanência dos estudantes na Ufam: o restaurante universitário a preço acessível, as bolsas de pesquisa de iniciação científica e as bolsas de assistência estudantil.  

“O que está em jogo não é só a estrutura da universidade, mas sim o futuro dos estudantes e os nossos sonhos. Isso não é só falta de administração de uma universidade, é por falta de investimento, o que está diretamente relacionado com a manutenção das salas de aula. Hoje a gente vê a falta de manutenção na caixa d’água que devia ser feita nos últimos anos, mas não aconteceu por falta de recurso mesmo, porque o que tem é usado para as coisas essenciais, mas agora nem isso a gente tem mais”, protestou o estudante.

“Nós estamos indignados. A gente precisa falar sobre isso e sensibilizar a sociedade amazonense, porque a universidade federal é a maior universidade aqui do estado, e a gente precisa pensar nela como motor de desenvolvimento do estado. A universidade ela precisa de recursos não só para garantir a sua manutenção, mas para investir na assistência estudantil”, completou. 

Em nota, a Prefeitura do Campus Universitário (PCU) informou que foi verificado na manhã desta segunda-feira um problema em uma das bombas submersas que alimentam o castelo d'água, que é o principal elemento do sistema de abastecimento de água do setor Norte do campus da Ufam. 

"A Reitoria da Ufam vai adquirir nova bomba d'água. Até lá a PCU está trabalhando para regularização do sistema, que consiste na retirada da bomba submersa e a troca de todos seus alimentadores, porém, temos previsão para realização do serviço até sábado (13)", diz trecho da nota.

Com isso, o reitor da Ufam, Sylvio Pulga, assinou uma portaria, ainda nesta segunda, suspendendo as atividades tanto acadêmicas quanto administrativas em todo o setor norte da universidade. O documento determina também que sejam suspensas todas as atividades que consumam água. 

Manifestação do Dia do Estudante
 
A mobilização para a manifestação do Dia do Estudante, que acontecerá nesta quinta-feira (11), em todo o país, também foi uma das pautas da assembleia estudantil desta segunda. Em Manaus, o ato ocorrerá na Praça da Saudade, no Centro da capital, a partir das 14h.

A coordenadora geral do Centro Acadêmico de Serviço Social, Yasmin Vieira, destacou que uma das pautas que também será levada para a manifestação é a falta de segurança na universidade, no transporte público e no entorno do campus. 

“É importante a gente estar lá para denunciar tudo o que vem acontecendo na universidade, porque não dá mais. A gente vai esperar a universidade fechar para fazer alguma coisas?”, questionou. “Eu acho que a gente tem que fazer alguma coisa agora, esse é o momento e todos estão convidados para o dia 11”, convidou a estudante. 

Segundo a organização do ato, no dia 11 de agosto estudantes brasileiros tomarão as ruas de todo o país para defender a educação e a democracia brasileira. “Uma das nossas principais bandeiras é a luta pelo Passa-Livre irrestrito para os estudantes da Ufam, UEA e bolsistas das universidades particulares... É o momento de nos unirmos contra os que querem acabar com os nossos sonhos”, destaca a organização do ato.

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