Aos 12 anos, Antônio Pizzonia Neto vive na Itália, brilha nas pistas de kart e segue os passos do pai, com dedicação total e grandes desafios no caminho ao automobilismo profissional.
O piloto Antônio Pizzonia conquistou o sonhado feito de correr na Fórmula 1 e, hoje, é seu filho, Antônio Pizzonia Neto quem se dedica nas pistas para também chegar (Foto: Divulgação)
O piloto Antônio Pizzonia conquistou o sonhado feito de correr na Fórmula 1 e, hoje, vinte anos depois, é seu filho, Antônio Pizzonia Neto, de 12 anos, quem se dedica nas pistas para também chegar à principal categoria do automobilismo mundial.
E qual é o caminho para que um piloto chegue ao tão concorrido grid da F1? Para Antônio Pizzonia, é preciso, em primeiro lugar, dedicação total. “Eu que vivi isso a vida inteira, tento mostrar para o meu filho que o caminho é difícil e vai ficando cada vez mais difícil. Conforme você vai subindo, vai afunilando cada vez mais. Então, ele tem que estar sempre um passo à frente dos adversários dele. Se você vê seu adversário treinando 10 horas por dia, você tem que treinar 11, 12, 13”, enfatiza.
Antônio Neto treina de quarta-feira a domingo na pista de kart, e também faz preparação física na academia, tendo a segunda e a terça para descansar, preparando-se para a próxima semana de treinos. E para seu pai, que sabe bem das dificuldades da carreira de piloto profissional, a dedicação plena é indispensável: “mesmo quando ele teve alguns bons resultados, sempre conversei com minha família que se eu tivesse que chegar num ponto de forçá-lo a alguma coisa, eu não iria dar continuidade porque qualquer esporte é difícil, e se você não se dedica mil por cento, dificilmente você tem alguma chance, e no caso do automobilismo, é um esporte muito caro, então se você faz mal feito, é dinheiro que você está jogando fora”, ressalta.
Apesar de o objetivo e sonho do filho ser guiar um carro de F1, como fez o pai, a trajetória de Antônio Neto está sendo diferente: enquanto Pizzonia iniciou correndo no Brasil, antes de ir morar na Europa, Antônio Neto começou nos Estados Unidos e depois a família embarcou para Sirmione, na Itália, onde vive há cerca de um ano, dedicada à carreira do mais novo piloto.
Sobre observar até onde vai o potencial do filho, Pizzonia garante que não faz isso porque “no automobilismo as coisas mudam muito rápido. Hoje, você vai bem, mas amanhã, você pode não ir porque seu carro não está legal, ou pode ter um ano inteiro difícil se sua equipe está num ano difícil, então prefiro pensar em darmos um passo de cada vez”. Mas Antônio admite que resultados são importantes: “claro, se ele não tivesse resultados, não estaríamos investindo nem a parte financeira, nem nosso tempo, nossa vida…”
Em 2024, Antônio disputou o WKS, um dos principais da modalidade (Foto: Divulgação)
Em 2024, Antônio disputou o WKS, um dos principais da modalidade (Foto: Divulgação)
Em 2024, Antônio Neto disputou o Campeonato italiano e também o WKS, este que é considerado o campeonato mais forte da modalidade, na Europa. O WSK também acontece na Itália, mas reúne mais pilotos do que o italiano, vindos de vários países.
No ano que passou, o piloto migrou para a categoria Júnior, dando grande passo rumo à categoria profissional: “foi o maior passo que ele deu este ano porque agora está correndo num kart maior, com mais aderência, motor bem mais forte, e muda bastante porque o volante é mais pesado, os pneus são mais largos, e é do tipo que ele vai correr até quando encerrar a carreira no kart, então essa mudança, geralmente, é a que define se o piloto vai ter algum tipo de sucesso na categoria ou não”.
E a mudança indica ventos a favor na carreira do jovem piloto: “a transição foi muito boa, os melhores resultados dele já são nessa nova categoria e a primeira vitória na WSK também. Em 2024, ele fez outros cinco pódios também, mas o mais importante é que ele finalizou o ano rápido na nova categoria e a tendência é continuar rápido neste ano inteiro”, resume Pizzonia.
A partir deste ano, na nova categoria, vem mais desafios por aí: ele poderá participar de campeonatos da Federação Internacional de Automobilismo - FIA, do Campeonato europeu e do Mundial, então deixará o italiano de lado para participar dessas competições ainda maiores, sendo sempre “testado” entre os melhores.
Como é vivenciar essa rotina intensa de treinamentos e competições? Você imaginava que seria assim?
Eu, na verdade, gosto. Não acho que é uma coisa chata pra mim, mas para a minha família eu entendo que pode ser chato ficar indo para a pista, principalmente para a minha irmã (Antonella, de 3 anos) que ela fica lá o dia todo e não pode fazer nada, mas, na verdade, eu gosto de ir para a academia; gosto de treinar também, até no dia livre também, quando ninguém está na pista, gosto de treinar.
E sobre seus resultados, como é a sensação de quando você vai bem numa corrida, de ir ao pódio?
Ah, é bem legal! É o resultado do esforço que tenho fora da pista e também dentro da pista. É bem legal … Dá uma tensão, um pouco ali, quando a gente está andando, tipo, será que eu tenho que passar esse menino agora ou esperar um pouco? Só que meu pai sempre fica ali na grade para sinalizar tudo que eu tenho que fazer. Aí me ajuda bastante!
E Antônio, você cresceu no mundo das corridas de carro, conhecendo a história do seu pai. Como é ter um pai que já esteve na F1?
Ah, é legal, porque ele também me ajuda muito, ele me mostra os erros que ele teve para que eu não passe pelos mesmos erros. Então, isso daí é uma vantagem que tenho sobre os outros meninos, que podem aprender só com os erros que eles vão ter.