Maior artilheira da história das Copas do Mundo, três vezes medalhista de prata nos Jogos Olímpicos e eleita seis vezes pela FIFA como melhor jogadora do mundo, a rainha Marta ganhou a Bola de Ouro Hors Concours, honraria concedida a quem é considerado inigualável por qualquer outro jogador
Realizado desde 1970, o prêmio Bola de Prata havia concedido a Bola de Ouro Hors Concours para apenas dois atletas: o rei Pelé, em 1970, e Neymar, em 2012 (Agência Com Z)
A 55ª edição do ESPN Bola de Prata Aposta Ganha, prêmio mais tradicional do futebol brasileiro, foi marcada por um momento histórico. Maior artilheira da história das Copas do Mundo, três vezes medalhista de prata nos Jogos Olímpicos e eleita seis vezes pela FIFA como melhor jogadora do mundo, a rainha Marta ganhou a Bola de Ouro Hors Concours, honraria concedida a quem é considerado inigualável por qualquer outro jogador.
Realizado desde 1970, o prêmio Bola de Prata havia concedido a Bola de Ouro Hors Concours para apenas dois atletas: o rei Pelé, em 1970, e Neymar, em 2012. Ao convite da ESPN Brasil, a reportagem de A Crítica esteve presente no evento realizado na última segunda-feira (9), no Auditório Celso Furtado, Parque Anhembi, São Paulo, que premiou as seleções do Campeonato Brasileiro e do Brasileirão Feminino.
Com a mãe Tereza assistindo um jogo nos Estados Unidos pela primeira vez, Marta conquistou o inédito titulo da NWSL pelo Orlando Pride
Desde 2017, a atacante vem atuando pelo Orlando Pride, dos Estados Unidos. Nesta temporada, a oitava com o clube, a rainha conquistou o título inédito da liga de futebol feminino, a NWSL (National Women's Soccer League). Em entrevista coletiva, Marta conversou sobre vários assuntos, sendo um deles a possibilidade de voltar a atuar em solo brasileiro, algo que não ocorre desde 2011, quando vestiu a camisa do Santos.
"Foi um dos momentos mais felizes da minha carreira estar junto com a minha mãe, compartilhando essa grande conquista que já vinha desde o ano passado, batendo na trave nos play-offs, enfim, altos e baixos, mas é sinônimo de perseverança. Jamais desisti e é isso aí", afirmou a rainha.
Em 2024, Marta disputou 34 partidas, sendo 26 delas pelo Orlando Pride, com 11 gols e 1 assistência, e as outras 8 pela Seleção Brasileira, com 3 gols e 1 assistência. Com o título da NWSL e a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris - além de seguir jogando em alto nível -, a atacante foi questionada sobre a possibilidade de ser convocada para a Copa do Mundo Feminina de 2027, que será realizada no Brasil entre os meses de junho e julho.
Com 38 anos completados em setembro, a rainha chegaria ao Mundial com 40 anos e igualaria o feito da ex-volante Formiga, única a atuar como atleta em sete Copas.
Em janeiro deste ano, a FIFA anunciou que o troféu, dado à autora do gol mais bonito da temporada no futebol feminino, se chama Prêmio Marta - equivalente ao Prêmio Puskás no masculino. O curioso é que Marta está na disputa do troféu por gol marcado em junho, pela Seleção Brasileira, em amistoso diante da Jamaica. E ao que tudo indica, a rainha irá concorrer ao prêmio novamente em 2025, já que o golaço marcado em novembro pelo Orlando Pride, na semifinal da NWSL contra o Kansas City, só não está na disputa porque o prazo para concorrer já havia expirado.
Na jogada do golaço marcado sobre o Kansas City, Marta saiu correndo com a bola desde o círculo central, invadindo a grande área e deixando duas marcadoras no chão com um único drible. Posteriormente, no seu segundo toque na bola, a rainha também deixou a goleira adversária caída no gramado, para enfim finalizar. Um gol tão espetacular que a atacante lamenta por precisar esperar a próxima temporada.
Desde 2021, o ESPN Bola de Prata Aposta Ganha premia a seleção do Campeonato Brasileiro Feminino - Série A1. Este ano, a amazonense Micaelly Brazil, atleta da Ferroviária (SP), recebeu o troféu de melhor meia. Grande incentivadora da valorização do futebol feminino, Marta comentou sobre o crescimento da modalidade, citando atletas, clubes e imprensa como fatores fundamentais para esse avanço no país.
“Esse ano tivemos grandes exemplos como o Corinthians, com 40 e poucas mil pessoas no estádio para assistir o Feminino, então eu acho isso bacana. Quero muito ver esse tipo de situação em outros clubes também e assim por diante. Acho que as meninas têm que fazer a parte delas e estão fazendo muito bem, se dedicando a cada dia. A qualidade vem melhorando e vocês (imprensa) também vem fazendo a parte de vocês, os clubes, enfim, todos que estão envolvidos no futebol feminino”.