NOVA MISSÃO

Longe dos gramados, Charles Chenko realiza trabalho com escolinha de futebol em Manaus

Há dois meses o jogador tem desenvolvido a nova empreitada na carreira vislumbrando futuro como treinador de futebol

Gabriel Ferreira
10/11/2019 às 17:22.
Atualizado em 10/03/2022 às 20:37

(Foto: Junio Matos/Freelancer)

Radicado no Amazonas há nove anos, o atacante mineiro Charles Rodrigues da Silva, mais conhecido como Charles Chenko, 32, aproveitou o ‘período sabático’ dos gramados barés para assumir um projeto pessoal: sua própria escolinha de futebol. A  ‘Chenko17’, que fica situada na Arena Fut 5, bairro Redenção, na Zona Centro Oeste de Manaus, está funcinando  há dois meses e já atende cerca de 40 pessoas de faixa etária entre  3 e 15 anos de idade.

Com passagens por diversos clubes do Amazonas, o jogador atuou pela última vez defendendo as cores do Fast Clube no Barezão, no início deste ano. Inativo  há nove meses, o atleta  decidiu criar a escolinha de futebol visando o próprio negócio.

“A ideia veio em consequência do término dos estaduais. A gente fica muito tempo parado, cerca de sete, oito meses parado, e eu tinha que ver outro meio de conseguir ganhar  dinheiro. Então como eu já joguei futebol, já tenho conhecimento,  procurei saber das escolinhas. Aí  foi onde eu me formei lá no Sindicato dos Atletas de São Paulo e consegui meu certificado. Depois um parceiro me cedeu o espaço e, graças a Deus, as coisas estão indo para frente”, relatou o professor Chenko.

Com dedicação total à nova empreitada, Charles Chenko revelou que, no momento, ainda não pensa em retornar aos gramados, e  recusou até mesmo proposta para jogar a Série B do Amazonense pelo Clipper.

“Esse ano eu tirei mesmo para me dedicar à escolinha. Tive propostas pra jogar a segunda divisão, mas não quis. O Branco (atacante do Clipper) me ligou, mas eu falei que não ia ter tempo. Quem sabe em janeiro ou dezembro  eu posso pensar diferente e volte a jogar, mas no momento,  se depender de mim, não voltaria a jogar não”, disse Chenko, que declarou como tem sido o novo desafio de tutor na formação de novos atletas.

“Está sendo uma experiência que eu esperava ter, mas não tão rápido assim. Porém, estou conseguindo alinhar as coisas aqui junto com outro professor de Educação Física. A gente está conseguindo, fazendo amistosos, e a garotada está mostrando evolução”, enfatizou.

Encarando o desafio de professor, Charles Chenko ficou conhecido pelo temperamento forte como jogador. Agora, fala da inversão de papéis no trabalho na sua escolinha.

“Graças a Deus, eles me obedecem, porque eu era um jogador muito teimoso, não obedecia muito o treinador. Mas estou conseguindo impor algumas regras e eles estão sendo obedientes comigo”, explicou o novo professor de futebol.

Sonho de treinador

Contando com o apoio de treinadores experientes do cenário esportivo manauara, Charles Chenko tem como objetivo seguir na função de técnico. “Quem me dá mais apoio aqui é o Davi Filho, da Escolinha do Santos Manaus, que é uma das mais antigas daqui. Fiquei um tempo lá fazendo estágio. E neste ano, fiz um estágio  com o Cavalo lá no Iranduba e deu para eu aprender muito”, revelou Chenko, que planeja os próximos passos do cargo.

“Primeiro eu vou passar por todos os estágios que tem que passar com os meninos, para depois sim eu chegar no profissional. Vou me capacitar bastante, não quero apenas ser mais um, quero poder fazer o diferente para ajudar o futebol amazonense”, ressaltou Charles, que ainda recebe aquele ‘incentivo’ dos pais de seus alunos da escolinha para calçar as chuteiras e desfilar sua habilidade em campos por mais um tempo.

“Os meninos maiores e os próprios pais perguntam o motivo de eu ter parado. Explico a situação, mas eles dizem que é para eu não parar. Mas esse ano eu pretendo me dedicar à escolinha. Se fosse pelos pais deles, eles iam querer que eu estivesse jogando futebol mesmo”, explicou o professor.

Momentos Marcantes

Com uma carreira vitoriosa e de artilharia no futebol amazonense, Charles Chenko recordou os dias de glória vividos dentro dos estádios em solo baré.

“Um dos momentos mais marcantes foi quando eu cheguei em Itacoatiara, em 2010. Ninguém conhecia o nosso time (Penarol) e nós acabamos sendo campeões no meu primeiro ano aqui no Amazonas. E no ano de 2013, pelo Nacional, a gente fez história na Copa do Brasil, chegando até as oitavas de finais. Depois foi o Fast, onde acabamos com um jejum do clube de mais de 40 anos sem ganhar um título”, concluiu o atacante.

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