Após se aposentar dos gramados, o, agora ex-meio-campo, Toró, exercerá o cargo de preparador físico do Princesa do Solimões no Barezão
Toró é formado em Educação Física e, após pendurar as chuteiras, vai exercer a função de preparador físico (Thiago Lemos/ Princesa do Solimões)
Existe uma expressão entre os atletas de futebol que diz que o ‘jogador de futebol morre duas vezes, uma delas é quando se aposenta'. Uma exceção é o ex-meio-campista do Princesa do Solimões, Toró, que segue vivo e inspirado, mas agora em outra parte do campo. O agora ex-jogador pendurou as chuteiras e, neste ano de 2025, assumiu o cargo de preparador físico do Tubarão do Norte.
A maioria dos atletas deixam as quatro linhas cedo porque o esporte de alta performance proporciona uma carreira curta e que exige um certo preparo físico, que acaba sendo limitado pela idade. Esse foi o principal fator para Toró decidir parar de jogar. Aos 36 anos, ele explicou que o pique não é o mesmo de quando tinha 22 anos, quando enfrentava treinamentos em dois períodos.
“Pendurei a chuteira como um atleta profissional, essa decisão eu já vinha pensando há um bom tempo e o motivo foi a idade. Estou com 36 anos, e completarei 37 em abril. O corpo não é mais aquele corpo de quando eu tinha 22 anos, que treinava de manhã e à tarde. Entendo que há tempo para tudo, e quando a idade chega temos que entender que é hora de pendurar a chuteira”, disse.
Toró chegou ao Princesa em 2013 e atingiu a marca de 100 jogos, em dez temporadas, e desde então tornou-se ‘cidadão amazonense’ (Thiago Lemos)
Alessandro dos Santos Baptista, o Toró, nasceu no Rio de Janeiro. Ele chegou ao futebol amazonense há 15 anos com o Sul América. Depois, passou para o Operário, o primeiro clube de Manacapuru na trajetória do meia carioca, time onde tem uma relação especial de 52 jogos, além de dois acessos conquistados à Série A do Barezão, em 2010 e 2021.
Ele também atuou por equipes como Atlético Roraima, Sul América, Operário e Grêmio Coariense, mas desde que chegou ao Princesa em 2013, passou a escrever uma história de firme identificação com o clube e o município de Manacapuru, onde tem residência fixa atualmente. No primeiro ano no Tubarão, veio o marcante título amazonense, o único na história do clube até então. Com a camisa do Alvirrubro, ele chegou na marca simbólica de 100 jogos, em dez temporadas, e desde então tornou-se ‘cidadão amazonense’. Agora, saindo dos holofotes e chegando nos bastidores, ele comentou as primeiras impressões.
“Para mim é maravilhoso esse novo desafio que eu estou enfrentando na preparação. A diferença de ser um atleta para um preparador físico é muito grande. O atleta executa os treinamentos na preparação física. Já o professor de educação física passa a atividade. Quando assumiu foi impactante um pouco, porque antes eu entrava nos campos para poder ser treinado, para poder treinar, dar meu melhor, e hoje é diferente”, explicou.
Os jogadores se dedicam incansavelmente aos treinos e sessões de preparação física, tendo essa dedicação plena desde pequenos, além disso, começando suas carreiras mais precocemente que a maioria das outras profissões. Com isso, atuando no futebol desde os 12 anos de idade, não foi difícil escolher a área que seguiria após o apito final. Toró é formado em Educação Física e carrega duas pós-graduações: uma em Treinamento Esportivo e outra em Educação Física Escolar.
“Hoje eu tenho que planejar os treinamentos para passar para os atletas, para ficarem em forma o mais rápido possível, para poder entrar bem nas competições. A preparação está sendo boa, estamos treinando forte, tudo com o cronograma junto com a comissão técnica. Tudo alinhado com uma carga de acordo que o atleta precisa executar para começar bem com os atletas inteiros e com toda a disposição da equipe do Princesa”, contou sobre a nova rotina.
Em determinado momento, o atleta se defronta com o término de carreira esportiva, a saudade, a rotina, as lembranças, claro que o processo é inevitável! Para Toró não está sendo diferente, uma mistura de sentimentos invadiu o ex-jogador nos últimos meses.
“O que eu mais vou sentir falta é do treinamento, do dia a dia, os jogos, as competições, que gosto de competir. Agradecer a Deus também por ter vivido esse tempo maravilhoso no futebol, como atleta, agora a página virou, e agora eu não estou mais no lado de atleta, estou no outro lado, da comissão, da preparação. Eu sou feliz por tudo e grato a Deus por ter vivenciado esse tempo como atleta profissional”, afirmou.
O Tubarão do Norte iniciou a preparação no dia 3 de janeiro. Desta vez, Toró começou a pré-temporada sendo responsável pela condição física. Mas não é algo simples, muito pelo contrário, trata-se de um desafio que só alguns profissionais estão preparados para assumir.
“Deus está me dando a oportunidade de eu viver um novo tempo. A expectativa é fazer um excelente campeonato. Sabemos que esse ano será um campeonato muito difícil, assim como os outros foram, mas temos a total certeza que iremos fazer um excelente campeonato”, garantiu.
No dia 25 de janeiro, Toró volta ao estádio Gilberto Mestrinho, o Gilbertão, desta vez, sem a chuteira no pé. O Princesa do Solimões estreia no Campeonato Amazonense contra o Manauara, às 16h, em Manacapuru.