O evento oferece uma experiência de esporte e cultura indígena. As inscrições vão até 5 de março ou até esgotarem as vagas
(Foto: Divulgação)
Não sabe se cumpre a meta de praticar um esporte, ou a de viver novas experiências, neste ano de 2025? Que tal cumprir as duas participando do Rio Negro Experience - Kambeba 2025, que abriu as inscrições n terça-feira (7). O desafio, marcado para o dia 16 de março, será nadar 2km, no Rio Cuieiras e, de quebra, conhecer a comunidade Três Unidos (a 60km de Manaus), da etnia indígena Kambeba, reconhecida pela sua habilidade em navegação.
As inscrições para o Rio Negro vão até o dia 5 de março ou até o término das vagas. O valor da inscrição é de R$340,00 e inclui transporte de ida e volta, café e almoço comunitário. A lancha saíra da Marina do Davi, em Manaus, às 5h da manhã do dia 16 de março, e retorna às 14h da comunidade, com chegada em Manaus prevista para 16h (2h de trajeto).
O organizador da prova, Pierre Gadelha, explica que o formato do evento Rio Negro Experience é diferente do formato da prova do Rio Negro Challenge: “porque levamos os atletas a conhecerem um pouco da nossa cultura, da vivência da nossa identidade indígena”, disse.
Pierre também explica que vem realizando essas provas em locais diferentes: em 2022 e em 2024, na comunidade dos Tatuyos, e em 2023, em Anavilhanas, e garante que o diferencial dessa prova é que o atleta passará o dia na comunidade: “pela distância de 2h de lancha até o local da prova precisaremos tomar café e almoçar na comunidade, então “quem fizer a inscrição, não se inscreve só para a competir, mas para conhecer a comunidade Kambeba, então será um passeio, um verdadeiro turismo esportivo”, ressalta Pierre.
O povo Kambeba adora receber visitantes, vindos do próprio Amazonas ou de outros locais, que cheguem à comunidade Três unidos, no Rio Cuieiras, para conhecer um pouco mais sobre a vida indígena e sobre a região. O patriarca da comunidade Três Unidos, Sr. Waldemir, conta que a família chegou ao local em 1990, quando ainda não havia nada ali. Começaram buscando na natureza sua alimentação e meios de sobreviver junto com cinco filhos.
Foi só em 1993, que a família teve coragem de se identificar como indígena (porque sofria com preconceito) a um grupo de turistas que por lá chegou num barco veleiro. Eles se interessaram pelo artesanato Kambeba, e foi assim, produzindo e vendendo artesanato que a família começou a conquistar recurso financeiro para ter mais qualidade de vida.
Depois, a comunidade recebeu incentivos e apoios da prefeitura de Novo Airão; mas foi em 2006 que os Kambeba receberam a maior oportunidade: uma parceria com famosa empresa turística para receber visitantes periodicamente. Ou seja, o turismo colaborou para que os Kambeba da comunidade Três Unidos pudessem viver ali com sua família que só crescia… “E assim a nossa comunidade foi crescendo com muita oportunidade de vida. Enfrentando nossos sofrimentos e conquistando uma nova vida para meus filhos e netos”, destaca o patriarca, Sr. Waldemir.