Futebol

Com chancela da CBF, Taça dos Povos Indígenas terá sua primeira edição em 2024

Competição inédita reúne 2400 atletas e conta com 48 etnias de todas as regiões do país. Sorteio vai acontecer no dia 26 de setembro

Portal A Crítica
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21/09/2024 às 20:27.
Atualizado em 21/09/2024 às 20:27

O sorteio das chaves para a 1ª etapa da Taça dos Povos Indígenas acontecerá no dia 26 de setembro na sede da CBF (Rafael Ribeiro/CBF)

O futebol já movimenta clubes e nações pelo mundo, mas, pela primeira vez na história nacional, um campeonato entre etnias indígenas vai sacudir o Brasil. Trata-se da Taça dos Povos Indígenas, que conta com o apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e começará no dia 26 de novembro.

Todos os jogos acontecerão na Aldeia Multiétnica, localizada em uma área de preservação próxima a Alto Paraíso de Goiás (GO), no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.


A competição contará com 48 etnias das cinco regiões do país, envolvendo 2400 indígenas. O projeto tem como objetivo valorizar a cultura e as tradições dos povos originários, oferecer oportunidades de inclusão social e fazer do futebol uma plataforma de desenvolvimento e aprendizado.

O sorteio dos grupos está marcado para às 9h30 do dia 26 de setembro, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Além do presidente da entidade máxima do futebol brasileiro, o evento contará com a presença de diversas autoridades que estão envolvidas na iniciativa. 

O torneio inédito será dividido em quatro etapas. A primeira ocorrerá entre os dias 26 e 30 de novembro e contará com representantes de povos do Centro-Oeste. Já as outras três etapas serão realizadas entre fevereiro e junho de 2025, com etnias das regiões Nordeste, Sul/Sudeste e Norte, respectivamente. Todas elas terão fase de grupos, classificatórias e finais.

“O futebol tem um poder muito grande, que é capaz de unir tudo. A Taça dos Povos Indígenas é um projeto sem fronteiras, sem limites, que usa o esporte como plataforma para inclusão social, reparação histórica, valorização cultural e transformação. É um momento muito especial porque, pela primeira vez, uma competição dos povos originários terá a chancela da CBF. Esta é uma iniciativa ímpar, acolhedora, e que vai muito além do esporte”, destaca Líbia Miranda, Diretora Executiva da FourX Entertainment, organizadora do evento.

Cada etnia estará representada por um time feminino e um masculino. Ou seja, serão 12 equipes formadas por homens e 12 formadas por mulheres em cada etapa. A participação é gratuita, e a organização ficará responsável por todos os gastos em termos de transporte, alimentação, hospedagem e artigos esportivos, incluindo uniforme completo e chuteira. Os campos terão o formato padrão da CBF.

"A CBF trabalha sempre para fazer do futebol um ambiente mais inclusivo e uma sociedade mais coesa e acolhedora. A Taça dos Povos Indígenas faz parte do compromisso que assumi com o Papa Francisco há dois anos ao assinar a Declaração do Esporte para Todos, no Vaticano. Vamos fazer a melhor competição da história", afirma Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, que tem também ascendência indígena. A sua cidade de origem, Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, abriga três das primeiras etnias indígenas reconhecidas no Brasil, os Mongoyó, os Ymboré e os Pataxó.

"Vamos transformar o auditório da CBF em uma grande aldeia no dia do sorteio", completa o gestor.

A Aldeia Multiétnica, sede de todo o campeonato, também será um espaço de imersão cultural e aprendizado. Todas as nove ocas contarão com pontos de interação, com orientações sobre alimentação e suplementação para os atletas; dicas a respeito de carreira e administração de recursos financeiros; qualificação tecnológica; assistência médica e atendimento psicológico.

Ainda terão ocas da CBF, contando a história do futebol nacional, e do Governo Federal, com as ações dos Ministérios. Durante os dias do evento haverá shows, apresentações típicas e um momento onde as diferentes etnias poderão se conhecer, entender as semelhanças, as diferenças e os desafios por elas enfrentados.

Debates e encontros também serão promovidos para fortalecer o legado indígena. Além disso, com o apoio de profissionais da CBF, haverá treinamentos específicos englobando a parte técnica e tática do futebol.

"É uma forma de incentivar, de motivar a juventude, de apoiar o esporte nas aldeias, além de democratizar a participação indígena nesses espaços. Nos territórios indígenas, pode até faltar algum tipo de estrutura, mas campo de futebol, todas as aldeias têm. Os jovens gostam dessa competição, de realizar campeonatos, e agora nós estamos juntos, com o apoio da CBF, para fortalecer o esporte nas aldeias", exalta Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.

A competição é organizada pela FourX Entertainment, com apoio do movimento Inclusion For All, da CBF, da Seleção Indígena de Futebol do Brasil e das Américas (SIFBA), do Ministério dos Esportes e do Ministério dos Povos Indígenas. Ao longo das etapas, a Taça dos Povos Indígenas receberá representantes da ONU, da Fifa e da própria CBF.

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