A Crítica conversou com o técnico Breno Freitas sobre o período natalino, que segundo o comandante do Gigante da ZL, é um período de muita gratidão e reflexão, ao lado das pessoas mais especiais possíveis
Família de Breno reunida para o Natal após o técnico passar muitas datas importantes longe dos filhos e da esposa (Arquivo Pessoal)
Em períodos de celebração como o Natal, é natural desejarmos um ano de vitórias para os nossos entes queridos e para nós mesmos. Em 2024, quem teve a oportunidade de comemorar várias conquistas foi o Estrela do Norte, campeão da Série Ouro, da Taça Nelson Mathias e da Liga Norte. No meio de tantos craques e diretores que fizeram história no futsal amazonense, o A Crítica conversou com o técnico Breno Freitas sobre o período natalino, que segundo o comandante do Gigante da ZL, é um período de muita gratidão e reflexão, ao lado das pessoas mais especiais possíveis.
“A gente chega nesse período de Natal, que normalmente já é reflexivo, com a vida e a nossa trajetória, de forma muito especial esse ano. No dia de Natal, reúno todos que moram aqui, minha mãe, minha esposa e meus três filhos, fazemos a ceia e agradecemos muito pelo ano que passou. Tem uma garagem aqui com um espaço legal, onde recebemos os parentes e, esse ano, vem duas tias minhas, que são como mães também. Depois que as crianças vão dormir, colocamos os presentes embaixo da nossa árvore de Natal”, conta Breno, compartilhando o ritual que torna as festas ainda mais significativas.
O técnico, que liderou o Estrela do Norte a uma temporada histórica, reflete sobre o que define como um dos anos mais marcantes de sua vida. Fazendo um recorte do tempo, lembrando do título da Taça Brasil - 1ª Divisão de 2023, Breno reconhece que depois da conquista nacional, não esperava por um ano igualmente vitorioso. Entretanto, foi ainda melhor e não apenas para o Estrela, mas para todo o futsal praticado no Amazonas, que tendo o Gigante da ZL como representante, fez bonito em sua participação no Brasileiro de Futsal.
“Tem sido especial, tocante, por uma série de coisas. Volto para a reta final de 2023, sendo campeão da Taça Brasil, achando que o próximo ano seria ‘mais um ano normal de um clube amazonense’, que é parar, só voltar quando tiver uma competição local, treinar duas vezes por semana, algo mais amador, mas fomos surpreendidos em dezembro daquele ano com a vaga no Brasileiro de Futsal. Ao mesmo tempo que comemoramos, entendíamos a importância que isso tinha, podendo ser a ‘semente’ que mudaria o nosso futsal”, recorda.
Mesmo com a reformulação no elenco após a boa campanha no Brasileiro, o Estrela do Norte manteve o bom desempenho e conquistou estadual e regional
Os desafios, porém, vieram acompanhados de realizações. O Estrela do Norte surpreendeu o país ao enfrentar grandes equipes do futebol brasileiro, mostrando força ao avançar na competição, tudo com um elenco 100% amazonense, valorizando o material humano que está presente em nosso Estado. O próprio Breno foi agraciado várias vezes pelo trabalho realizado, recebendo troféus individuais em todos os títulos que conquistou em 2024. Um orgulho que talvez seja impossível de explicar, mas que acaba sendo 'materializado' em taças.
“Tivemos a oportunidade de enfrentar gigantes do futebol brasileiro como Vasco, Cruzeiro, Fortaleza e fizemos uma grande fase de grupos, ficando em quarto lugar num grupo com tanta equipe boa e sem ser derrotado pelos ‘times de camisa’. Foi uma honra muito grande, um grande feito para nós, caindo após um jogaço em Recife, contra o Sport, e ali eu já estava orgulhoso pelo que tínhamos feito, mas mal sabia eu que depois viria os títulos da Série Ouro, da Taça Nelson Mathias e a Liga Norte, sendo eleito como melhor treinador”.
Apesar das glórias em quadra, Breno destaca a união entre a vida esportiva e a família. Por vezes, o técnico deixou de passar datas comemorativas ao lado da esposa e dos três filhos, por estar em viajando com o clube amazonense. Além disso, toda a temporada foi bastante desgastante, já que o comandante multicampeão também exerce a função de professor - concursado pela Secretaria de Educação -, algo que o deixou ainda mais tempo fora de casa. Isso sem falar na cirurgia de nódulo no intestino, que fez com Breno se ausentasse nas primeiras rodadas da Série Ouro.
“Nem nos meus maiores sonhos eu imaginava que teria um ano tão especial. Além de todas essas conquistas esportivas, têm as conquistas familiares. Quando a gente vive do esporte, a família fica muito afetada, porque é tudo muito novo. É treino todo dia e, como ainda não dá para viver apenas do futsal, existe a rotina do trabalho convencional, então eu chegava em casa depois da meia-noite, além de estar ausente em datas comemorativas. Acabo refletindo sobre isso, pois a família sofre junto e agora é abraçá-los mais do que nunca”, finaliza.