Norte representado

Amazonas encara Paysandu podendo carimbar passaporte para a Série B do ano que vem

Duelo acontece neste domingo, no estádio Mangueirão, em Belém. Ambos os times podem ser promovidos de divisão, já nesta rodada

João Felipe
craque@acritica.com
30/09/2023 às 19:07.
Atualizado em 30/09/2023 às 19:07

Amazonas encara o Paysandu, no Mangueirão, podendo garantir acesso à Série B (Foto: Jeiza Russo / A Crítica)

Chance para fazer história! O Amazonas entra em campo neste domingo, 1º de outubro, às 16h30 (de Manaus), no estádio Mangueirão em Belém, para encarar o tradicional Paysandu pela 5ª rodada do quadrangular final da Série C. O jogo é para a história do Amazonas, o mais importante desde a sua fundação em 2019, porque pode definir o futuro do clube em uma eventual Série B em 2024.

Mais que isso, os clubes podem escrever juntos parte da história juntos, colocando dois times da região norte de uma única vez na segunda divisão mais importante do futebol brasileiro, aumentando a representatividade do norte no cenário nacional.

Caminhos e possibilidades

Para que ambos subam já neste fim de semana, a conta é simples: o Amazonas precisa fazer a parte dele e vencer o Paysandu dentro de um Mangueirão lotado e torcer para um empate entre Botafogo-PB e Volta Redonda - times que jogam no sábado - e que portanto, deixarão os dois nortistas cientes de que exatamente deve fazer. Nesta combinação de resultados, sobem - mesmo com um eventual tropeço - Paysandu e Amazonas, já que não poderão mais ser alcançados por seus perseguidores.

Por outro lado, a vida do Paysandu é ainda mais confortável, podendo perder e ainda assim, ser promovido, qualquer resultado de pontuação da equipe Bicolor, os garantem na Série B do ano que vem e na final da Série C, para a disputa do título nacional. 

Mesmo com um cenário se desenhando para um domingo de festas, o contexto que cerca o jogo entre Paysandu e Amazonas é de extrema rivalidade e até um sentimento de revanche. Isso porque, o time paraense - embora não tenha perdido nenhuma vez para a Onça - se viu em uma posição delicada no último encontro dos times aqui em Manaus, no dia 9 de setembro, em jogo pela 2ª rodada do quadrangular de acesso. 

Quando a partida já se encaminhava para o final, uma confusão generalizada terminou com um preparador físico do time paraense agredido e um jogador reserva do Paysandu com um nariz fraturado. A justiça condenou o gerente de futebol do Amazonas, Frank Bernardo e o Presidente do clube amazonense, Wesley Couto, os considerando responsáveis pelo atrito.

Desde então, o clima pouco amistoso entre os clubes gerou um clima de apreensão para os contornos que a partida de amanhã   pode tomar. A grande rivalidade pôde ser vista nas redes sociais com as constantes discussões entre torcedores, além de muita provocação.

O clima de revanche ficou instalado, com o Paysandu, querendo mostrar no campo, que pode ‘revidar’ o que aconteceu na Arena da Amazônia, e o Amazonas, querendo mostrar que pode vencer o time paraense - algo que ainda não aconteceu na atual edição da Série C.

Preparação Amazonense

Em clima bastante ameno e com leveza, o Amazonas teve uma semana tranquila de trabalho. O time vem de duas vitórias consecutivas na competição e desde que Luizinho Vieira assumiu a equipe, há duas rodadas, o time apresentou um futebol envolvente e bastante seguro em todos os setores do campo. 

Entre as boas apresentações, Igor Bolt e Sassá, nesses últimos dois jogos mostraram muita sinergia em campo, além de Rafael Tavares e Diego Torres, dois meias de características parecidas e que para o jogo amazonense, parecem ter encaixado o futebol, que usa e abusa da cadência e do refinamento do passe.

O Amazonas não deve ter muitas surpresas para o confronto deste domingo. Luizinho Vieira evita mexer no grupo e, na última rodada, a única modificação foi ocasionada por uma suspensão - na ocasião, Thiago Spice deu lugar a Maycon.

Para amanhã, Luizinho não poderá contar com Jiménez, o jogador paraguaio foi expulso ao fim da partida contra o Volta Redonda, após comemorar vigorosamente a vitória frente ao banco de reservas do time carioca. A ação gerou um princípio de tumulto. Jiménez, que foi titular em boa parte da competição, perdeu espaço após lesão e vinha sendo utilizado na etapa complementar por Luizinho Vieira.

Esta será a primeira partida entre as equipes após a confusão generalizada entre as equipes (Foto: Jeiza Russo / A Crítica)

Dentro do cenário de possibilidades no que diz respeito à escalação da Onça-Pintada, Luizinho deve ir a campo com a seguinte equipe: Edson Mardden; Patric, Thiago Spice, Jackson e Renan; PH, Ítalo, Rafael Tavares e Diego Torres; Igor Bolt e Sassá.

Em entrevista antes da partida, o técnico Luizinho Vieira, falou sobre a expectativa natural que a partida gera, por conta da possibilidade apresentada pelo grupo, em que o Amazonas pode garantir de forma antecipada o acesso de divisão nacional.

“É um jogo importante e gera essa expectativa do acesso, mas de tudo o que eu vi aqui dentro do clube, a montagem do elenco e o trabalho que foi feito no início e principalmente, projetar o futuro e me deixa muito tranquilo em relação ao caminhar do Amazonas. claro que passa por esse jogo, por fazer uma boa estratégia, mas eu tô (sic) muito otimista em cima do que a gente programou e vamos cobrar isso dos atletas, a execução (em campo), para fazer um grande jogo”.

Luizinho frisou que a partida será condicionada pelo resultado final entre Botafogo e Volta Redonda, que jogam hoje à tarde em João Pessoa. Luizinho falou ainda sobre a postura que o Amazonas deve adotar em Belém. Vale lembrar, que a Onça só terá chances de acesso nesta rodada, em caso de empate entre os times. 

“É um jogo difícil, um jogo que vai depender do confronto de sábado, até pra entender o que é necessário. Mas de antemão, para o Amazonas é se concentrar nos conceitos, fazer a leitura do Paysandu e principalmente a forma como vamos marcar o adversário, transitar para bem a frente, para que a gente possa construir o jogo e os momentos que vão nos conduzir a vitória. Otimista de que vamos construir um grande jogo”.

Na esteira de projetar como deve ser o confronto no Mangueirão, Jackson falou que não espera hostilidade no campo adversário. O zagueiro do aurinegro amazonense reforçou que em campo correu tudo bem e que a confusão fora das quatro linhas não envolveu os atletas da Onça.

“Acredito que esse clima hostil possa ser da torcida do Paysandu, porque no jogo aqui, no dia da confusão, não houve nenhum jogador (envolvido). Então acredito que dentro de campo não vai ter nada demais. Vamos com a cabeça tranquila”, disse Jackson, que prosseguiu a sua fala, comentando que o grupo encara a partida com a importância que ela tem.

“(Encaramos o jogo) Como tem sido desde o início do quadrangular, são cinco finais e essa é mais uma. É um jogo importante, porque isso define a nossa vida. É um jogo que podemos cravar definitivamente o nosso acesso, esse é o pensamento. É ir para lá, primeiramente fazer um bom jogo e consequentemente buscar a vitória”, ele finaliza.
“O Paysandu vai impor dificuldade, mas temos que ter tranquilidade para fazer o nosso jogo, como temos feito até agora”.
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