ARTES PLÁSTICAS

Sérgio Andrade inaugura exposição 'Planos Íntimos' na Galeria do Largo

De acordo com Andrade, a paixão pelas artes plásticas surgiu na infância. "Sempre desenhei muito, desde criança", mas as atividades do desenho e da pintura ficaram em segundo plano durante os anos de dedicação aos roteiros que escreveu e aos filmes que dirigiu

Alexandre Pequeno
26/11/2019 às 17:45.
Atualizado em 10/03/2022 às 20:59

Reconhecido mundialmente por seu trabalho no cinema, o cineasta amazonense Sérgio Andrade exibe mais uma de suas facetas na exposição 'Planos Íntimos', que estreia na próxima sexta-feira (29), no Centro de Artes Visuais Galeria do Largo, localizado na rua Costa Azevedo, 290, Centro. A entrada é gratuita.

De acordo com Andrade, a paixão pelas artes plásticas surgiu na infância. "Sempre desenhei muito, desde criança", mas as atividades do desenho e da pintura ficaram em segundo plano durante os anos de dedicação aos roteiros que escreveu e aos filmes que dirigiu.

"Cadernos com croquis e storyboards e desenhos de divagação foram surgindo, numa correlação lúdica entre a narrativa fílmica e o flanar do traço e dos pincéis, livres e psicodélicos", destaca o artista.

Segundo Sérgio, os papéis e telas, os traços e pinceladas começaram a se acumular num vão entre as produções de set e as viagens para festivais até desembocarem agora em Planos Íntimos. "Trabalhos surgidos de um olhar inquieto e distópico, a transmitir um movimento fabular, tal como algumas narrativas cinematográficas. Planos, na linguagem do cinema, é como chamamos, a grosso (ou fino) modo, as Cenas, quando definimos o que será enquadrado e contado pela câmera temos os Planos", completa.

Produção artística

As influências da arte plástica de Sérgio – tanto para imagem em movimento ou não – vem da anarquia, do suspense de garganta, da ficção científica em pigmentos, do amor ensanguentado e do terror transcendente, vem túrgido de uma Manaus que joga o jogo de ser desprezada e desprezar, ao mesmo tempo.

"Desenhar e pintar me ajuda muito no cinema, na questão dos planos, dos enquadramentos, dos eixos de câmera. Eu não sou bom fotógrafo - deixo isso para eles -, mas gosto de inventar planos e ângulos criativos, e o desenho me ajuda muito. Mas também gosto de desenhar e pintar livre de amarras cinematográficas, só pela inspiração e para tirar os demônios e distopias da cabeça", explica o artista.

Para Cristovão Coutinho, curador e diretor da Galeria do Largo, a presença do cineasta no espaço da Galeria é sobretudo maneiras do artista executar/apresentar formas outras de trabalho no seu universo intimo e vertente de narrativas que projetam o sujeito fílmico em croquis, story boards e desenhos.

"Em um sentido oposto da utopia, o artista adota em suas pequenas pinturas enraizadas historias de um protagonismo ciente da realidade material e mental, numa distopia em tempo, na imprecisão de um admirável “mundo novo” e particular", destaca o curador.

"As cenas no seu traço anárquico transcende ao acadêmico e a figuração explicitando formas de viver no sentido oposto, advertências e ironias, totalmente distintas no mundo atual", completa Cristovão.

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