Velado no palco do curral Zeca Xibelão, o corpo do artista recebeu a família, amigos e admiradores para uma última despedida e mais um gesto de gratidão
(Fotos: Arleison Cruz, Pedro Coelho e Pitter Freitas.)
O som da toada teve um toque de saudade e homenagem na manhã desta quinta-feira, 19 de dezembro, quando o cortejo fúnebre do mestre Juarez Lima chegou ao curral Zeca Xibelão, por volta das 10h. Velado no palco, o corpo do artista recebeu a família, amigos e admiradores para uma última despedida e mais um gesto de gratidão.
O corpo de Juarez foi recebido pelo presidente do Caprichoso, Rossy Amoedo, conselheiros, diretores, artistas, colaboradores, o torcedor azul e branco e admiradores do trabalho do mestre. A família do artista também se fez presente, recebendo as condolências pela perca irreparável. O clima foi de emoção e gratidão.
No palco, o caixão recebeu o público para uma última homenagem. Para Rossy Amoedo, o legado de Juarez está eternizado na arte parintinense. “A arte de Juarez está imortalizada nas mãos e nos traços daqueles que foram seus alunos, que foram seus discípulos e hoje e fica a tristeza, a saudade, mas também fica o sentimento de gratidão por tudo que ele fez”, disse emocionado.
Sempre ao lado do corpo do pai, Juarez Filho, recebeu o público presente que o procurava para um abraço, uma palavra de conforto, uma despedida emocionada selada sempre por um choro, uma lágrima. Ele agradeceu o reconhecimento do povo pelo trabalho inestimável do pai e afirmou que a história de Juarez Lima ficará imortalizada na memória do pessoas.
“Papai deixou um legado que vamos seguir e é isso mesmo que Parintins merece, que o povo merece, esse acalanto. Essas homenagens que meu pai está recebendo, é muita gratidão. O legado dele vai seguir e o povo parintinense reconhece. Estamos felizes por isso”, revelou Juarez Filho.
O cortejo também foi ao galpão de alegorias, local que o consagrou como mestre da arte parintinense. Um último adeus ao lugar e às pessoas que fizeram e sempre farão parte da trajetória artística de Juarez. Emoção e gratidão resumem bem o momento. Membros do conselho de arte e demais artistas puderam parabenizar e agradecer toda dedicação, talento e amor ao boi Caprichoso.
“Toda e qualquer homenagem é pequena diante da grandiosidade que foi e que será eternamente Juarez Lima. Juarez não foi só importante para o Caprichoso, o Juarez foi importante e grandioso para Parintins, para o festival. O Juarez é um dos responsáveis por essa grandiosidade que a nossa festa se transformou. Juarez não sabia fazer nada pequeno, então, nós não podemos fazer nada pequeno para nos despedirmos dele. O Juarez será eterno, porque ele sempre estará brilhando nas estrelas de cada um de nós”, disse entre lágrimas a conselheira Socorrinha Carvalho.
Após as homenagens no curral, o cortejo seguiu para a Catedral de Nossa Senhora do Carmo, onde foi celebrada missa em homenagem ao artista. Católico fervoroso, Juarez era atuante na Igreja e criou a procissão fluvial mais conhecida da região, a Romaria da Águas, que acontece durante os festejos da santa padroeira de Parintins.
O corpo de Juarez Lima foi conduzido ao cemitério São José. Em meio às lágrimas e orações, muitos gestos de gratidão da nação azul e branca ajudaram a acomodar o caixão naquele campo santo para seu merecido descanso.
A despedida foi abençoada pela gratidão e reconhecimento à toda dedicação e sentimento de Juarez Lima ao Boi Caprichoso. O mestre azul e branco faleceu no dia 22 de novembro, vítima de AVC (Acidente Vascular Cerebral), mas, seu legado segue vivo na arte e na fé do povo parintinense.