ECO-FESTIVAL 2024

Peixe-Boi Anavilhanas prepara um novo olhar sobre Novo Airão

Com o tema “Airão: nosso território sagrado”, o Peixe-Boi Anavilhanas busca o décimo título e promete uma apresentação com diversidade, inclusão, conscientização ambiental e emoção.

Daniel Brandão
online@acritica.com
26/10/2024 às 16:36.
Atualizado em 26/10/2024 às 18:46

Edvin Freire, membro do Conselho de Arte, roteirista e idealizador do tema e Fabiano Fayal, membro do Conselho de Arte e diretor geral de espetáculo. (Foto: Daniel Brandão/AC)

Novo Airão (AM) – O Eco-Festival do Peixe-Boi, que acontece neste final de semana no município de Novo Airão (distante 115km de Manaus) vai muito além de uma disputa de agremiações folclóricas e culturais. Em sua concepção, preza pela conscientização e preservação do meio ambiente, bem como a valorização da cultura regional, incentivo à arte airãoense, proteção da fauna e flora, exaltação e defesa do bioma amazônico.

Nesta edição do festival, o Peixe-Boi Anavilhanas (das cores verde e branco) defende o tema “Airão: nosso território sagrado”, que preconiza sobre a diversidade étnica dos povos ribeirinhos, quilombolas e indígenas (das etnias Manaós, Tarumã, Baré, Tukano, Dessana, Apurinã, Tikuna, Waimiri-Atroari e outras), a riqueza natural e cultural vívida em solo airãoense enquanto exaltação e defesa da Amazônia. 

Para apresentar o espetáculo aos leitores, o A CRÍTICA entrevistou Edvin Freire, membro do Conselho de Arte e roteirista do Peixe-Boi Anavilhanas, e Fabiano Fayal, membro do Conselho de Arte e diretor geral de espetáculo.

Freire conta que a escolha do tema se deu a partir de uma releitura de um tema já defendido pela agremiação e que a partir do encontro de novas ideias e propostas, buscou-se evidenciar Novo Airão como um território sagrado para os povos que vivem na região.

“Esse tema já foi apresentado em um ano anterior. Nós nos reunimos e então passamos a dar ajustes, a partir de conversas, pesquisas e estudos sobre Novo Airão. Quando fomos procurados pela direção, fizemos a explicação e então novas ideias, novos projetos acabaram surgindo. Buscamos fazer a partir de um tema já existente, a continuidade dele em um novo tema. a frase do tema e o transformamos em um espetáculo”, contou o roteirista.

É isso que iremos levar para a arena. A diversidade, a cultura e a riqueza do território sagrado de Novo Airão - disse Edvin Freire. (Foto: Daniel Brandão/AC)

O diretor geral de espetáculo conta que antes da oficialização do tema, outras ideias surgiram no meio do caminho, porém o Conselho de Arte do Peixe-Boi Anavilhanas se viram como descobridores de Novo Airão, buscando encontrar novos olhares que pudessem evidenciar a magnitude do paraíso ecológico.

“Nossa primeira ideia era 'Airão, a grande aldeia'. Na verdade, mudamos para 'Airão, nosso território sagrado', por não pensar que seria somente uma grande aldeia, mas um grande território, uma vastidão de conhecimento e de relíquias históricas, que acreditamos que nenhum lugar do Brasil possa ter como tem aqui. Nós idealizamos a construção deste tema como verdadeiros descobridores. Nós iremos descobrir Novo Airão por meio de um novo olhar, com um novo entendimento sobre o olhar do indígena, o olhar do caboclo-ribeirinho, o olhar do quilombola e de todos que formam Airão”, explicou Fayal.

Ao tratar sobre Novo Airão como um território sagrado na Amazônia, o roteirista salienta que a população airãoense é diversa e muitos são os povos que a formam.

"Segundo o Instituto Maku Itá, 22 etnias foram catalogadas. Além dos povos indígenas, temos os quilombolas, os caboclo-ribeirinhos, povos de outros países e tantos outros que já viveram aqui. É isso que iremos levar para a arena. A diversidade, a cultura e a riqueza do território sagrado de Novo Airão", salientou Freire.

Emocionado, Fayal explica que por detrás de tudo, há orgulho pela escolha do tema e do percurso traçado até o momento, uma vez que falar sobre o povo airãoense é lembrar da história e memória de um lugar rico e místico.

Nós iremos descobrir Novo Airão por meio de um novo olhar, com um novo entendimento sobre o olhar do indígena, o olhar do caboclo-ribeirinho, o olhar do quilombola e de todos que formam Airão - explicou Fabiano Fayal (Foto: Daniel Brandão/AC)

"No final de tudo isso, existe um orgulho muito maior que é a cidade de Novo Airão. Esse orgulho precisa ser demonstrado para que as pessoas possam ter orgulho de suas raízes e de sua ancestralidade. Nessa vastidão de conhecimentos, o que buscamos de fato é o reconhecimento em retratarmos por meio de um espetáculo teatral o misticismo e a riqueza de Airão, nosso território sagrado", relatou emocionado o diretor de espetáculo.

O espetáculo "Airão: nosso território sagrado" conta com 600 brincantes, tanto de Novo Airão, quanto de municípios vizinhos que colaboram com o projeto de arena, como Manacapuru e Barcelos.

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