Com uma trama envolvente e crítica, Garrote promete ser um lançamento marcante de 2025, abordando de forma sensível e potente as cicatrizes deixadas pela pandemia
O curta se passa grande parte dentro de um apartamento e explora um casal que enfrenta o desgaste de uma convivência forçada durante o lockdown. (Divulgação)
Com lançamento previsto para o primeiro semestre de 2025, o curta-metragem Garrote aborda temas sensíveis e contemporâneos, como negacionismo, masculinidade tóxica, saúde mental, relacionamentos abusivos e os impactos da pandemia de Covid-19 em Manaus, especialmente durante a crise do oxigênio. Contemplado pela Lei Paulo Gustavo 2023, é uma produção da Cia. de Artes Bacaba em parceria com as produtoras Jamary Films e Cara de Gato Filmes.
Dirigido por Bruno Pantoja, o curta se passa grande parte dentro de um apartamento, cenário da relação entre João, um músico, e Maria, uma engenheira, que enfrentam o desgaste de uma convivência forçada durante o lockdown. “A história é um recorte de um período que todos nós passamos, especialmente em Manaus. João e Maria representam muitas pessoas, cada um com suas falhas e qualidades, vivenciando uma tragédia particular em meio a uma tragédia coletiva”, explica o diretor.
Uma história de reclusão e revelação
O roteiro, inspirado na peça Cenas da Vida Banal de Zemaria Pinto, explora as dinâmicas de um casal que se conhece pouco antes do início pandemia. O romance, que começa com afinidade, rapidamente enfrenta o peso de uma convivência diária, intensa e forçada.
A crise do oxigênio em Manaus permeia o filme como pano de fundo, potencializando a atmosfera de sufocamento emocional e social.
Desafios do confinamento e da ambientação
Para capturar a intensidade da convivência em lockdown, os atores Begê Muniz e Amanda Magaiver foram hospedados no apartamento que serve de cenário antes das filmagens. “Isso foi essencial para construir a psique de uma convivência forçada e longa. Essa preparação resultou em atuações carregadas de verdade e emoção”, diz Pantoja.
O diretor também destaca o desafio técnico de filmar em um único ambiente, seguindo o conceito de “filme de cela”.
O roteiro, inspirado na peça Cenas da Vida Banal de Zemaria Pinto, explora as dinâmicas de um casal que se conhece pouco antes do início pandemia.
Fotografia e trilha sonora originais
A trilha sonora de Garrote, composta pelas musicistas Lorena Monteiro e Miriam Simões, que estreiam no cinema com esse trabalho, conta com a participação de João, personagem de Begê Muniz, que interpreta a música tema da história. O desafio de criar uma atmosfera íntima e claustrofóbica ficou a cargo da direção de fotografia, comandada por Thiago Morais e direção de arte de Nonato Tavares.
Para Pantoja, a cultura brasileira um novo momento, graças ao fomento público, que é fundamental, para que se possa contar nossas histórias através do nosso povo. “Isso se reflete nessa produção, pelo fato de estar conseguindo fazer uma coprodução com equipes locais, com produtoras locais, e isso é fantástico. É um novo momento para o cinema amazonense”, conclui.
Ficha técnica
O curta conta com um elenco estrelado por Amanda Magaiver e Begê Muniz e uma equipe composta por grandes nomes do audiovisual. Destaques incluem a direção de arte de Nonato Tavares, figurinos de Socorro Papoula, assistente de direção Saleyna Borges, Maira Dessana como diretora de produção e a fotografia de Thiago Morais.
Com uma trama envolvente e crítica, Garrote promete ser um lançamento marcante de 2025, abordando de forma sensível e potente as cicatrizes deixadas pela pandemia.