Da companhia Ateliê 23, 'A bela é poc' aborda o tema da homofobia, e integra a programação do Shorts México
Taciano Soares e Isabela Catão vivem Belinho e Mara (Foto: Larissa Martins/Divulgação)
“A bela é poc” é o primeiro curta-metragem da companhia de artes cênicas “Ateliê 23”. O filme estreou em outubro do ano passado, e desde então vem sendo exibido pela cia. antes mesmo de começar o circuito pelos festivais. Recentemente, a produção audiovisual, que aborda o tema homofobia, foi selecionada para um dos maiores festivais de curtas-metragens da América Latina, o Shorts México. A exibição ainda não tem data, horário e local definidos.
O diretor do filme, Eric Lima, explica ao BEM VIVER como ocorreu o processo seletivo para que “A bela é poc” seja exibido nesse importante festival. “Houve seleção por parte de corpo técnico especializado. Na categoria em que estamos são cinco países e somos os únicos brasileiros”, celebra.
O filme teve sua estreia no mais importante cartão-postal manauara, o Teatro Amazonas, mas também já foi exibido na própria sede do Ateliê 23; no Festival Olhar do Norte como convidado no início de 2022, e no Casarão de Ideias com um projeto em parceria com o CineSet.
Enredo
O curta aborda o tema a partir da história de Belinho, um homem gay conhecido popularmente como “poc” – que significa a identidade feminina em homens gays – e que tem o seu sonho de artista interrompido por uma violência infelizmente comum ainda dentro da comunidade.
“Belinho sonha em ser artista e se inspira na Edith Piaf, cantora francesa dos anos 40/50. O trocadilho com a ‘Belle Époque’ que Manaus viveu está no diálogo com a França e também com a ironia de vivermos uma ‘bela época’ em que corpos gays continuam sendo assassinados”, ressalta Lima.
Ideia e produção
O diretor explica como esse projeto foi idealizado. “Tudo que o Ateliê 23 trabalha se pauta na criação estética intitulada bionarrativas cênicas, que é o nome que o grupo tem dado para o uso de materiais biográficos e documentais em cena, a fim de despertar o sentimento empático no espectador em favor de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade e precariedade, em diversas esferas”, diz ele.
“A intenção desse primeiro trabalho audiovisual do coletivo que há nove anos usa as linguagens da cena, até então era a de transpor para a tela a experiência imersiva que os espetáculos do grupo comumente fazem”, completa Eric, que aproveita ainda para falar sobre o processo de produção. “Roteiro, gravação e edição se deu durante os meses março a outubro de 2021, com apoio dos recursos da Lei Aldir Blanc”.
Elenco
Nomes como Taciano Soares (Belinho); Dori Carvalho (Benedito); Isabela Catão (Mara); Wilas Rodrigues (Vizinho); e Laury Gitana (Cliente) integram o elenco de “A bela é poc”. O roteiro é assinado por Eric Lima e Taciano Soares; a direção de fotografia é de Ramon Ítalo; trilha sonora de Guilherme Bonates; e Laury Gitana é quem assina a direção de arte.