A mostra apresenta obras de cinco artistas que destacam as variações sazonais na região e evidenciam o impacto das secas e cheias nos rios e comunidades locais
Obra de Francimar Barbosa: Na mente a lembrança e no corpo o peso e a dor da mudança (Foto: divulgação)
Com o objetivo de mostrar as mudanças que ocorrem anualmente na região, a exposição “Mudanças e o olhar amazônico” apresenta obras de cinco artistas que destacam as variações sazonais na região e evidenciam o impacto das secas e cheias nos rios e comunidades locais.
A exposição ocorre no Espaço Cultural Millenium (Shopping Millenium – Av. Djalma Batista, 1661 - Chapada) de 14 de novembro a 07 de dezembro, das 9h às 21h, com visitação de segunda à sábado. A entrada é gratuita!
Inspiração por trás da arte
O geógrafo e artista plástico Marcos Castro ressalta que a exposição visa mostrar as mudanças dramáticas na Amazônia, especialmente as secas extremas de 2024, que isolam comunidades e cidades.
“A ideia surgiu com o incômodo dos artistas sobre o drama vivido pelos amazônidas ribeirinhos e de cidades que sofrem com o isolamento durante a seca extrema. As dificuldades trazidas neste período fizeram com que esse grupo de artistas decidisse abordar, por meio de seus pincéis, suas tintas e suas cores, uma forma crítica de arte sobre essa realidade”, destaca Castro.
Artistas e suas obras
Conheça os artistas que retratam a essência da região e sua relação com os eventos extremos, no contexto das mudanças climáticas globais. Esses cinco artistas convidam o público a refletir sobre a Amazônia e seu futuro por meio das seguintes obras:
Francimar Barbosa: "Na mente a lembrança e no corpo o peso e a dor da mudança".
Nailson Novato: "Rios Voadores"
Homero Amazonas: "Visões Caboclas (o alerta)"
José Carlos: "Por onde o homem anda"
Marcos Castro: A porta da Amazônia Caótica
Estilos e técnicas
Eles se expressam por meio de cinco estilos: surrealismo, dadaísmo, impressionismo, realismo e PopArt amazônica. As obras são criadas com técnicas tradicionais, utilizando pinturas em óleo e acrílica sobre tela.
“As obras procuram refletir, nas formas e cores, a problemática da seca e das queimadas, bem como as mudanças climáticas que afetam a Amazônia, procurando envolver o expectador nas cenas retratadas, ao mesmo tempo em que expressa as mudanças pelas quais a região passa em suas paisagens e cotidianos”, pontua Marcos Castro.
“E a abordagem das consequências das mudanças climáticas na exposição procura gerar o impacto visual de forma a levar o expectador a um senso crítico sobre o papel de cada um no processo de mudanças climáticas. O que fazemos da Amazônia hoje é o que deixaremos para as gerações futuras. E o que deixaremos? Deixaremos que continuem a ver o verde da floresta e os rios? Ou deixaremos as cinzas e os canais secos, sem água, como resultado da ganância humana e da irresponsabilidade com o meio ambiente?”, complementa o artista.
A arte em palavras
O poeta Lucas Prado também se soma à exposição, trazendo uma dimensão adicional às obras. Ele criou poesias exclusivas para cada quadro, oferecendo uma interpretação profunda e emocional da realidade capturada em cada tela. Assim, ao lado de cada obra, o visitante encontrará uma poesia que complementa e enriquece a experiência de apreciação da arte.