Evento ocorre, amanhã (30), no Casarão de Ideias, Centro de Manaus
(Foto: Divulgação)
Principal portal de cinema e séries da Região Norte, o Cine Set se prepara para lançar, nesta quinta-feira (30), uma obra com os principais textos publicados no site. Intitulado “Cine Set e a Crítica Cinematográfica no Amazonas - Um Novo Capítulo”, o livro celebra ainda os dez anos de existência da página, que nasceu de um projeto de extensão da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O lançamento ocorre, a partir das 19h, no Casarão de Ideias (Rua Barroso, nº 279, Centro de Manaus).
De acordo com o jornalista e editor-chefe do Cine Set, Caio Pimenta, a obra foi dividida em três capítulos, com o primeiro deles sendo reservado a entrevistas, o segundo ao cinema nortista e o terceiro a artigos e críticas de filmes do restante do Brasil e mundiais. “Nas entrevistas, decidimos mesclar tanto entre pessoas locais, como a Isabela Catão, passando por artistas que fizeram trabalhos na Amazônia, como Sérgio Machado e Sophie Charlotte, e ainda bate-papos com nomes internacionais, como Martin Scorsese, Sofia Coppola e Stephen Rea”, completou Pimenta.
Para o cinema nortista, a escolha foi por obras mais representativas da cena local e que tiveram passagens importantes por festivais, como “Manaus Hot City” e “Alexandrina - Um Relâmpago”. “Já o capítulo final foi mais amplo para mostrar as possibilidades que o site oferece, ou seja, há desde artigos sobre a fotografia digital, passando por uma homenagem ao Jean Luc-Godard e críticas de clássicos como ‘Farrapo Humano’, até chegar em sucessos recentes como ‘Motel Destino’”, listou o editor-chefe.
“Cine Set e a Crítica Cinematográfica no Amazonas - Um Novo Capítulo” conta com textos dos críticos Camila Henriques, Danila Areosa, Lucas Lopes Aflitos, Lucas Pistilli, Lorenna Montenegro, Marcos Faria, Susy Freitas e Walter Fernandes, para citar alguns.
“Comparando com a nossa primeira coletânea, lançada em 2019, o público vai notar um aprimoramento tanto da escrita quanto da análise dos filmes. Sinto, hoje, que o olhar da equipe do Cine Set está mais apurado, seja para a parte técnica, mas, principalmente, para pensar as obras em um contexto maior, ao observar com mais rigor os movimentos da indústria, a inserção da obra no seu gênero e no cinema como um todo, dialogando e propondo ideias e debates sobre estas produções”, concluiu o editor-chefe.
Textos
Conforme Caio Pimenta, cinco textos presentes no livro têm o carinho especial do editor-chefe. “Destaco cinco textos. A entrevista com o Martin Scorsese e a equipe de ‘Assassino da Lua das Flores’, feita pela Camila Henriques. Era um sonho quase impossível falar com o Scorsese e aconteceu. Os dois textos sobre ‘A Estratégia da Fome’, o primeiro do Marcos Faria, que não gostou nada, e o segundo do Renildo Rodrigues, defendendo o curta amazonense. Mostra como dentro do grupo há divergências saudáveis e necessárias sobre o mesmo filme. Por fim, os textos ‘Adeus a Godard’ e outro sobre ‘Dias Perfeitos’, que beiram à crônica”, pontuou.
Já a crítica Camila Henriques, votante do Globo de Ouro, destaca o texto sobre “Motel Destino”, feito durante uma cobertura no Festival de Cannes, na França. “Foi muito marcante para mim e, por ser um filme também que tem uma atriz amazonense no elenco, a Isabela Catão, então, era um filme que a gente estava com uma expectativa muito grande e que eu gostei muito. Acho que consegui, ali, colocar todas as minhas ideias sobre o filme no texto”, destacou Henriques.
Além do material, ela lembra com carinho, também, da participação na coletiva de imprensa com o elenco de “Assassino da Lua das Flores”. “Nessa coletiva, o Jesse Plemons respondeu uma pergunta minha. Também teve uma entrevista com a Sofia Coppola e com a Cailee Spaeny, em que eu pude perguntar para a diretora sobre a escolha de uma das músicas do filme ‘Priscila’, então, foi bem legal essa experiência e ela está documentada no livro, uma coisa marcante para mim, eu nunca tinha participado desse tipo de entrevista e agora ela está aí no livro para todo mundo ver”, acrescentou.
Assim como Pimenta, Henriques também percebe uma evolução nos textos da obra - em comparação à primeira edição. “São cinco anos desde o primeiro livro e tivemos uma pandemia nesse meio. Então, está todo mundo mudado também, como pessoa, e a nossa experiência pessoal reverbera no que a gente escreve. Nesse meio tempo, boa parte do site também entrou na Abraccine, cobriu festivais fora do Amazonas e fora do Brasil. Isso deu um nível de maturidade no texto também, que é visível”, finalizou.