Lançado nas plataformas digitais, o segundo disco da cantora amazonense já recebeu uma crítica positiva da “Rolling Stone Brasil”
(Disco foi gravado no estúdio 12 Dólares, em São Paulo (Foto: Ana Gobbi))
“A percepção de sensualidade vem do amadurecimento como artista, da aceitação de si próprio”. A frase é da cantora amazonense Anne Jezini, que acaba de lançar nas plataformas digitais o seu 2º álbum, intitulado “Cinética”. O sucessor de “Toda Queda Guarda Um Susto” é um disco a refletir exatamente quem Anne é e o entendimento sobre si mesma de forma pacífica e grata, conforme ela assim caracteriza.
Entre as nove faixas do álbum - gravado no estúdio 12 Dólares - é possível notar a presença de três idiomas: português, inglês e espanhol. “Foi muito intuitiva a escolha dos idiomas pra passar a mensagem que eu queria em cada letra. Foi um processo bem natural, de desapego mesmo”, pondera ela. Além do amadurecimento sonoro, a voz de Anne também apresenta modulações mais firme em meio às batidas do disco. Daí, mais uma vez, lembramos da sensualidade que o projeto ecoa.
Mas não é só isso: Jezini também se molda às referências familiares, que se misturam no disco. “Carnavalito”, uma de suas melhores músicas – cujo refrão lembra sutilmente “La Isla Bonita”, de Madonna, ao toques performáticos das canções tropicais do Cirque Du Soleil – é uma música que Anne fez questão de que entrasse no disco. “Foi um resgate de raízes, mas colocado de uma forma atual. É uma música que eu cantava no coral quando tinha 11 anos. Tem o aspecto andino: meu avô nasceu na Bolívia e em 2014 fiz uma viagem para lá que foi bem inspiradora”, declara.
A proposta inicial do disco era trazer às faixas uma certa pressão, coloca Anne. “Então foi crucial escolher exatamente quantas e quais camadas de instrumentos queríamos. Então foi tudo baseado no tripé formado por beats, baixo e synth. Queríamos usar algumas referências de estilos como o dancehall, o reggae, o funk carioca e o new R&B, tudo com muito desapego”, afirma.
“Foi também de extrema importância o trabalho de mixagem do Buguinha Dub de Olinda porque ele soube desenhar o som e colocar a textura que precisava pra não soar tão limpo. Não teve uma faixa que fosse desafiadora, sinceramente. Talvez porque começamos o disco do zero, com um conceito em mente muito bem definido antes mesmo de partimos para o repertório”, comenta.
Aliança
O produtor Lucas Santtana se juntou à base inteligente de beats do disco de Anne e o soube trabalhar muito bem. “Eu e o Lucas trocamos muitas referências do que queríamos para o conceito. Em agosto fui ao Rio de Janeiro para compormos juntos as músicas e escolher o repertório. E em outubro entramos em estúdio”, diz ela, que já curtia o trabalho dele desde 2012. “Nos conhecemos pelo Instagram e ficamos amigos. Logo surgiu a idéia e o convite de produzir o disco”, destaca ela.
Para Anne, Lucas tem criatividade e bom gosto apurado excepcionais, e uma generosidade imensa para saber compartilhar dessas emoções. “Ele conseguiu me traduzir perfeitamente para esse trabalho. Foi um processo muito leve e tranquilo por causa da sintonia estética que a gente tinha desde o começo, ao mesmo tempo que foi uma escola enorme para mim. O tempo de estúdio com ele e com o Fabio Pinczowski foram engrandecedores”.
Saiba +
O disco “Cinética”mal foi lançado nas plataformas digitais e já foi alvo de uma crítica super positiva da “Rolling Stone Brasil”. A crítica diz: “Calcado nos beats e na voz de Anne, Cinética é ao mesmo tempo contagiante e tenso, com a artista buscando uma paz utópica”. O álbum está em plataformas como iTunes iTunes e o Spotify Spotify .