Gravado em casa, o álbum de 10 faixas foi produzido por Alejandra Lucianie e Boogarins.
(Foto: Divulgação)
Cinco anos depois do último disco de inéditas, a banda goiana Boogarins traz ao mundo seu quinto álbum, “BACURI”. Concebido entre 2021 e 2024, o trabalho marca um retorno às raízes criativas por ser o primeiro gravado inteiramente em casa desde o primogênito “As Plantas que Curam” (2013). Ao mesmo tempo, é o mais “hi-fi” da discografia do grupo: com texturas, camadas e ideias mais nítidas, traz uma versão lapidada da linguagem de “novo rock brasileiro” que a banda construiu em 10 anos de caminhada.
(Foto: divulgação)
Com produção assinada pela banda e pela engenheira de áudio Alejandra Luciani, o disco foi gravado na casa em que ela, Raphael Vaz e Dinho Almeida moram em São Paulo. “Na pandemia, as incertezas do mundo se juntaram às nossas próprias incertezas”, explica Benke Ferraz, “depois de conversas com produtores estrangeiros e planos frustrados com nossa antiga gravadora americana, decidimos desacelerar a corrida maluca de carreira internacional que nos movia involuntariamente desde os primeiros passos profissionais da banda”, completa.
Ao escolherem gravar o disco “em casa e com calma”, apresentaram-se canções e ideias individuais para serem lapidadas de forma coletiva. Dessa vez, os exercícios de experimentação se afastaram dos improvisos lisérgicos para dar lugar a uma estruturação de arranjos focada na energia dos quatro tocando juntos. O resultado são 10 faixas assinadas e compostas por todos os integrantes que unem a força das apresentações ao vivo à inventividade das texturas de pós-produção predominantes nos discos anteriores.
Para os integrantes, os anos de estrada em atividade intensa e os desafios da vida e da paternidade ajudam a explicar o amadurecimento lírico e sonoro de “BACURI”, palavra de origem tupi que dá nome a um fruto da região amazônica e do cerrado. Em alguns lugares do Brasil, entretanto, “bacuri” também é usada como sinônimo de “criança”. “É engraçado que sempre nos chamaram de ‘meninos’ e agora os ‘meninos’ são outros, os nossos filhos”, sintetiza Benke. Composta por Ynaiã Benthroldo, a canção que dá nome ao disco é dele, e a primeira cantada pelo baterista.
Para Benke, Dinho, Fefel e Ynaiã, é a primeira vez que um registro consegue capturar a energia que transmitem nos palcos. Celebrado como fruto do trabalho construído em banda e em família, o disco tem, nas palavras de Dinho, a magia singular de quatro amigos que entraram na vida adulta fazendo shows juntos, radiantes pela música sincera e profunda que conseguem criar.