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BBB: Isabelle Nogueira fala sobre infância e seu papel como cunhã-poranga no Festival de Parintins

Os ‘brothers’ e ‘sisters’ se reuniram no jardim da casa, na noite de terça-feira (9), momento em que cada um pode se apresentar e compartilhar suas vivências

Amariles Gama
online@acritica.com
10/01/2024 às 22:06.
Atualizado em 10/01/2024 às 22:07

Isabelle Nogueira fala sobre sua vida durante roda de conversa no BBB (Foto: Reprodução / TV Globo)

Durante uma roda de apresentações entre os participantes do Big Brother Brasil (BBB) 24, a amazonense Isabelle Nogueira contou um pouco da sua história e relembrou infância difícil em Manaus. Os ‘brothers’ e ‘sisters’ se reuniram no jardim da casa, na noite de terça-feira (9), momento em que cada um pode se apresentar e compartilhar suas vivências.  

Isabelle contou que sua infância foi bem atípica e ela precisou ter responsabilidades muito cedo. Sua mãe engravidou aos 13 anos e deu à luz a ela aos 14, resistindo a várias sugestões de aborto. Pelas dificuldades de uma gravidez na adolescência e sem condições financeiras para criar uma criança, sua mãe decidiu entregá-la a uma família. 

“Ela muito criança voltou atrás da ideia. Foi quando ela se unificou ao meu pai e pediu ajuda da mãe dela, minha avó, e foi quando ela pegou a criança de volta, que no caso sou eu. Uma grande loucura: criança vai, criança volta. Uma grande loucura tribal”, brincou.

 Ela relatou ainda que teve uma infância solitária, porque sua mãe precisava trabalhar e ela acabava ficando muito sozinha, tendo que lidar com seus medos. Aos 9 anos de idade, ela conta que teve que começar a trabalhar vendendo roupas com sua avó na feira da Grande Circular, na Zona Leste de Manaus. Ela também trabalhou com panfletagem nas ruas e como atendente de lan house. 

Isabelle disse também que teve uma infância conturbada por conta de um familiar que era usuário de drogas, e algumas vezes teve sua casa invadida por policiais que ficavam à procura dessa pessoa. Ela destacou que apesar de usuário de drogas, esse familiar era uma pessoa muito boa, então, ela como criança se assustava com essas abordagens.  

Muito jovem, sua mãe também gostava de se divertir nos eventos culturais da região, em especial o Festival Folclórico de Parintins. Mas para ir aos eventos precisava levar Isabelle, que acabou conhecendo desde pequena a festa dos bois bumbás, onde ela começou a dançar e ganhar dinheiro com isso.  

“Com o passar do tempo eu comecei a fazer outros trabalhos, a participar de concursos de beleza e de dança, e eu comecei a dançar no nosso Festival Folclórico de Parintins, que nós temos dois bois: o Garantindo e o Caprichoso. Eu danço no boi bumbá Garantido, e lá a gente tem alguns itens que contribuem pontos na agremiação, e um desses itens sou eu”, explicou a amazonense.

Dançarina profissional há 17 anos, Isabelle contou aos brothers que há 10 dança no boi bumbá Garantido, onde representa a cunhã-poranga, que em tupi guarani quer dizer “mulher bonita”.  

“Eu concorro como a mais bela da aldeia, com a nossa representatividade indígena. Algumas pessoas aqui me perguntaram se sou indígena. Indígena de fato, nascida numa comunidade indígena não, mas eu tenho descendência indígena como todos os amazônidas tem, e nessa inserção do Festival Folclórico de Parintins eu pude observar ainda mais a minha árvore ancestral”, disse Isabelle.

Durante sua apresentação, Isabelle também destacou a importância que a educação teve na sua vida. Ela que é formada em Letras-Espanhol e pós-graduada em Gestão Escolar e Metodologia do Ensino Superior, ressaltou que a educação para ela era um sonho e sua maior alegria na infância.

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