Teatro

Ateliê 23 abre a programação de espetáculos em fevereiro

Companhia amazonense apresenta “Sebastião” e “Cabaré Chinelo” no Teatro Gebes Medeiros

acritica.com
28/01/2025 às 11:57.
Atualizado em 28/01/2025 às 11:57

(Foto: Divulgação)

Em fevereiro, o Ateliê 23 abre a programação de espetáculos com sessões de “Sebastião” e “Cabaré Chinelo”, no Teatro Gebes Medeiros (Avenida Eduardo Ribeiro, 937, Centro). Os ingressos já estão à venda por R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada), no perfil da companhia amazonense no Instagram (@atelie23) e no site shopingressos.com.br.

“Sebastião” volta aos palcos para apresentações nos dias 6, 7, 8 e 14 de fevereiro enquanto “Cabaré Chinelo” ocupa o espaço cultural nos dias 20, 21, 27 e 28. Todas as sessões iniciam às 20h. 

As duas obras do Ateliê 23 têm a música como fio condutor de todo trabalho. Segundo o diretor musical Eric Lima, a trilha sonora se tornou ponto alto dos espetáculos do grupo e percebida pelo público como um narrador dentro das histórias. 

“A música virou a maior potência de ‘Sebastião’, ela consegue fazer com que a pessoa sinta todos os sentimentos. Conseguimos acessar esse lugar de vulnerabilidade muito forte na composição das músicas da peça”, afirma Eric Lima, que interpreta Little Drag na montagem e divide a direção musical com Guilherme Bonates e Taciano Soares.

Nos streamings de áudio, o público tem disponível “Baby Gay” e “Sou Todo Amor”. Para Eric Lima, o Ateliê 23 tem dado passos importantes dentro da linguagem da música, além das artes cênicas e do audiovisual. 

“Com ‘Baby Gay’, foram registradas 3.405 reproduções, 790 ouvintes e 44 playlists, chegou a 1.777 reproduções na primeira semana. Isso significa que as pessoas estão querendo ver e ouvir o que estamos produzindo”, comenta o artista.
 
 

Produção musical

 Eric Lima destaca a qualidade técnica da banda que compõe o elenco de “Sebastião”, formada por Guilherme Bonates, responsável pela produção musical, mixagem e masterização; Luana Aranha no baixo, Mady na guitarra, Bruno Rodriguez no teclado e todos assinam os arranjos das músicas. Conforme o compositor, a produção musical começou com a improvisação coletiva, a música veio antes do texto e passou a conduzir os sentimentos em cena. 

“Passávamos muito tempo improvisando, três horas de ensaio direto, sem parar, improvisando canto ao mesmo tempo em que os atores estavam trabalhando a cena. Em cima das gravações, comecei a compor as letras, as histórias guiavam as composições das letras, mas as melodias foram criadas pela banda coletivamente, nos ensaios, com milhões de horas de música”, lembra o diretor musical.
 
No elenco, além de Eric Lima e Taciano Soares, estão Francis Madson, Andiy, Elias Difreitas, Jorge Sabóia e José Holanda. Eles dão vida a sete drag queens, Little Drag, Carmencita, Chica, Angel, Vênus, Lady Sinty e Sebastiane, que trazem memórias da década de 70, direto do Bar Patrícia, o primeiro reduto gay em Manaus, localizado na Avenida Constantino Nery.

A obra é inspirada no livro “Um Bar Chamado Patrícia”, do estilista Bosco Fonseca, tem experiências dos atores como homens gays e temas como homofobia entre outros diferentes tipos de violência vividos pela comunidade LGBTQIAPN+.
O estudante Magno Solarte pontua que acompanha o Ateliê 23 desde que o irmão dele o levou para assistir “Cabaré Chinelo”.

“Foi um impacto muito grande, uma peça com muito potencial, com uma história importante, com interação, fiquei impressionado porque eles fazem com que a gente entre junto na história”, justifica o estudante. 

“Já por ‘Sebastião’, me interessei por ser uma peça LGBTQIAPN+, uma pauta muito importante, trazem a história do Bar Patrícia e como esse público é tratado, como sofremos, não só na rua, que é o mais comum, onde se tem medo de demonstrar quem você é, mas também em na pressão de casa, porque tem casos que a família não aceita”, completa Magno Solarte.

“Sebastião” é uma realização do Ateliê 23, com apoio do Itaú Cultural, através do Programa Rumos, do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e Ministério da Cultura, via Fundação Nacional de Artes (Funarte).

 Cabaré Chinelo

 O sucesso do Ateliê 23 em streamings de áudio se consolidou em 2024, com o álbum de “Cabaré Chinelo”, espetáculo que é sucesso de público e crítica pelo Brasil. Mulata, Balbina, Antonieta, Soulanger, Laura, Joana, Luiza, Felícia, Enedina, Sarah, Emiliana e Maria contam a verdadeira história da Belle Époque amazonense, no período entre 1900 e 1920.

A produção aborda a violência contra mulheres por meio de situações vividas por mulheres que foram prostituídas na época da borracha. A plateia, que pode acompanhar quatro momentos da peça por meio de recortes de jornais, no material disponível em QR Code, é convidada a uma imersão no tempo. 

Quatro faixas entraram na playlist viral Manaus: “La Muerte”, “Somos o Cabaré”, “Gaita de Gaivota” e “Lobas”. A música “Eu Sou a Maior”, da personagem Balbina, entrou em mais de mil playlysts e segue como a primeira entre as mais ouvidas, com 10 mil reproduções, mais 1,46 mil ouvintes e 155 playlists no Spotify.

O segundo lugar é de “Somos o Cabaré”, com 7,45 mil reproduções, mais 1,58 mil ouvintes e 178 playlists; enquanto “Grito de Conceição” ocupa a terceira colocação, com 3,47 reproduções, mais 1,51 mil ouvintes e 65 playlists.

O álbum de “Cabaré Chinelo” está no Top 10 de 192 fãs, Top 5 de 104 fãs e Top 1 de 24 fãs. No total, são 5,17 mil ouvintes mensais, 69 mil streams, 73 países e no ranking dos países com maior número de streams estão Brasil, Finlândia, México, Estados Unidos e Reino Unido.

O projeto, em parceria com a companhia de teatro argentina García Sathicq, tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), além da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Fondo de Ayudas para las Artes Escénicas Iberoamericanas – IBERESCENA.

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