A cultura da periferia do Norte no Festival Sintonia

A Funkeiros Cults, coletivo cultural originário de Manaus, está prestes a marcar presença no Festival Sintonia – O Último Baile. O  evento que celebra a quinta temporada da série homônima, acontece neste sábado (1/2), no Memorial da América Latina, em São Paulo, a partir das 12h. O festival que contará com atrações como Racionais MCs, Hariel e Duquesa, é uma realização da Netflix e Kondzilla, e representa um marco importante na promoção da diversidade cultural e da representação da periferia na mídia.

A Funkeiros Cults, que nasceu como um projeto social em Manaus, rapidamente conquistou o Brasil com seus memes e conteúdo cultural, somando mais de 282 mil seguidores. Agora, o coletivo está pronto para levar sua mensagem e arte para um público mais amplo, através da plataforma do Festival Sintonia.

 Participação

 O coletivo planeja utilizar a plataforma do Festival Sintonia para promover sua mensagem e arte, mostrando que a cultura de periferia do Norte também é parte do Brasil e que o funk é uma cultura que representa o País inteiro, além de São Paulo e Rio de Janeiro.
“Fico feliz em dizer que a Netflix nos deu carta branca para cobrir inteiramente o festival. Particularmente, encaro isso como um grande sinal de reconhecimento e respeito pelo nosso trabalho, ainda mais com tantos influencers e pessoas até maiores", celebra o artista periférico da Zona Oeste de Manaus, Dayrel Teixeira, criador do projeto Funkeiros Cults.

 Cultura Funk

 Para Dayrel, a participação do coletivo no Festival Sintonia é importante porque representa uma alternativa à cultura funk dominante, que é frequentemente associada a dinheiro, jogos de azar e fofocas. 

“Estamos num momento muito divergente na cultura de periferia. O funk está crescendo e dominando as músicas mais ouvidas do Brasil, mas sua cultura ainda é criminalizada. E, nesse mesmo cenário, o mundo do funk foi dominado por uma onda de funk que ostentam dinheiro, divulgação de plataformas de jogos de azar e fofocas.

Reconheço o certo charme em algumas músicas, mas, como proposta, a Funkeiros vai completamente ao oposto disso. Então, nossa participação nesse cenário dominado por isso acaba sendo muito importante, levando não somente a essência da cultura do funk, mas também o olhar da cultura de periferia do Norte”, complementa Teixeira.

 Periferia na mídia

 Dayrel acredita que o festival pode promover a diversidade cultural e a representação da periferia na mídia, mostrando que a cultura de periferia é capaz de movimentar multidões e gerar economia. Para ele, um evento como esse inspira novas possibilidades e talentos, e serve como exemplo para a grande mídia da importância da cultura de periferia.

“Um festival dessa magnitude, com atrações gigantes, desperta na população novas possibilidades. Tenho certeza de que pessoas sairão de lá pensando em serem artistas, fotógrafos ou até jornalistas, enfim, com novas energias após verem seus ídolos ou simplesmente por conseguirem lazer em suas rotinas”. 

 Projetos

 Os próximos projetos da Funkeiros Cults incluem oficinas na comunidade do Bairro da Compensa, em Manaus, com o apoio da Farm (marca de moda) e do Regatão da Amazônia (ONG), começando em fevereiro, com o objetivo de promover a cultura do Norte e expor as realidades locais.

“Cada vez mais notamos a importância de falar da cultura do Norte, investigar e expor nossas realidades. Aconteceu em um ótimo momento: voltamos a fazer oficinas na comunidade onde o projeto se iniciou, o Bairro da Compensa, graças ao apoio da Farm e do Regatão da Amazônia. Um edital que busca apoiar projetos do Norte nos contemplou, e iniciaremos os trabalhos em fevereiro”, revela. 

Assuntos

Compartilhar