Estiagem

Seca dos rios já afeta produção do Polo Industrial de Manaus

A CRÍTICA apurou que algumas empresas já sentem a falta de insumos e estão adiantando as férias de funcionários ou demitindo

Karina Pinheiro
politica@acritica.com
14/10/2023 às 08:49.
Atualizado em 14/10/2023 às 08:49

O assoreamento de trechos do rio Amazonas já afeta o transporte de cargas para Manaus e tem levado ao cancelamento de viagens (Foto: Aliança/Divulgação)

A estiagem dos rios no Amazonas já afeta a produção de empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM). A CRÍTICA apurou que a falta de insumos tem provocado a redução do quadro de pessoal, seja com a antecipação de férias, seja com o desligamento. O problema é causado pelo baixo nível das águas que tem impactado no transporte fluvial. 

Um funcionário da empresa Flex Industries, que pediu para não ser  identificado, relatou à reportagem nesta sexta-feira (13) que quando voltou “para entrar novamente na produção, tinha um rapaz do RH e uma ‘galera’, informando que estavam sendo desligados, mas que não era por indisciplina ou algo do tipo, mas, que, devido à matéria-prima não ter chegado, o barco está parado, que estava levando o material que seriam usados na produção, não teriam como manter eles (na empresa)”.
 
O funcionário informou que outras pessoas tiveram as férias adiantadas para evitar o corte. Nas duas unidades da empresa, que dividem o mesmo terreno, a falta de matérias-primas estaria afetando 230 pessoas. 

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdemir Santana, confirmou o adiantamento de férias de funcionários, mas negou haver demissões (Foto: Arquivo/AC)

 O adiantamento de férias individuais e coletivas foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdemir Santana. Ele, contudo, negou que estejam ocorrendo demissões.

“Nós podemos afirmar que não está acontecendo demissões, mas o que está acontecendo é que muitas empresas estariam adiantando suas férias coletivas e cancelando a que ocorre em dezembro para evitar que essas demissões aconteçam” explicou Valdemir Santana.

O sindicalista disse que, na próxima segunda-feira (16), haverá uma reunião entre as entidades sindicais de patrões e empregados para discutir essa questão. 

Outro caso

Na empresa Tecplam, outro funcionário, que pediu anonimato,  afirmou que, em um setor específico, a falta de materiais está ocorrendo, e por conta disso alguns funcionários estariam sendo mandados para casa e compensados financeiramente pelos dias posteriormente.

Na Moto Honda da Amazônia, as operações do setor de logística da produção das motos chegaram a paralisar por alguns minutos devido à falta de parafusos. 

“Teve muita admissão aqui, mas o boato que rolou, era que poderia haver alguns dias de parada na produção. Na área da logística, teve muita dificuldade a respeito da entrega de miúdos, que são parafusos, porcas, essas coisinhas que fazem a montagem das motos. Acabou gerando muito atraso, tanto que semana passada acabou causando uma parada de linha por alguns minutos. O material está escasso, trabalhando com o que tem, no limite” contou um funcionário.

O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) negou haver falta de insumos e  demissões. “As empresas se planejaram para não faltar insumo nesse período”, disse.

A reportagem questionou as empresas citadas acima sobre a falta de insumos e desligamento de pessoal, mas ainda não recebeu resposta, que será incluída nesse texto assim que for repassada.

Na segunda-feira, a Mercosul Line emitiu nota emitou nota informando o cancelamento da vinda de dois navios  para Manaus.

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