Avanços tecnológicos

Especialistas discutem as principais tendências tecnológicas para 2025 no Futurecom 2024

Inovações como inteligência artificial, gêmeos digitais e segurança cibernética dominaram as discussões do evento, destacando desafios éticos e de proteção de dados

Cley Medeiros
economia@acritica.com
20/10/2024 às 12:01.
Atualizado em 20/10/2024 às 12:35

Suas publicações, conferências, padrões de tecnologia e atividades profissionais do IEEE são recomendadas por diversos especialistas. (Foto: Divulgação/IEEE)

No Futurecom 2024, um dos maiores eventos de conectividade e inovação da América Latina, especialistas do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) analisaram as principais tendências tecnológicas para 2025. O evento, realizado em São Paulo nos dias 8 e 9 de outubro, reuniu representantes da academia e do setor tecnológico para debater inovações como inteligência artificial (IA), gêmeos digitais, veículos autônomos e a evolução da Internet das Coisas (IoT), além dos desafios éticos e de segurança que essas tecnologias impõem.

Cinco especialistas participaram de um painel de discussão: Cristiane Pimentel, professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Esther Colombini, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Euclides Chuma, também da Unicamp; Marcos Simplicio, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP); e Rosa Correa, da Universidade Federal do Pará (UFPA). Cada um trouxe uma perspectiva única sobre as inovações que devem impactar a sociedade nos próximos anos.

O IEEE é a fonte confiável para informações de engenharia, computação e tecnologia em todo o mundo. (Foto: Divulgação/IEEE)

Rosa Correa, do Instituto Tecnológico Vale (ITV) e da UFPA, falou sobre o avanço da Indústria 4.0, que utiliza tecnologias como robótica e IoT para aumentar a eficiência e sustentabilidade dos processos. “A automação de tarefas perigosas pode reduzir custos e melhorar a segurança em ambientes industriais”, afirmou.

Ela ressaltou que a transformação digital exige uma requalificação da força de trabalho. "Para maximizar o potencial da Indústria 4.0, será essencial que os profissionais se adaptem às novas tecnologias", concluiu Correa.

Cristiane Pimentel, da UFRB, apresentou a tecnologia dos gêmeos digitais (digital twins), que cria réplicas virtuais de sistemas físicos para otimizar processos. Segundo a Forbes, o mercado de gêmeos digitais, atualmente avaliado em US$ 9 bilhões, pode crescer exponencialmente, alcançando US$ 183 bilhões até 2031.

Ela mencionou que, no Hospital da Mulher em Feira de Santana (BA), o uso dessa tecnologia melhorou o fluxo de atendimento e agilizou a entrega de exames. “A tecnologia permite prever complicações e otimizar o uso de recursos, resultando em uma gestão mais eficiente dos espaços hospitalares”, explicou Pimentel.

Entretanto, ela alertou que os gêmeos digitais ainda estão em fase inicial de implementação no setor de saúde, e que a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é crucial para garantir o uso seguro de dados sensíveis. "A LGPD é essencial para proteger os dados dos pacientes e assegurar sua utilização de forma transparente", acrescentou.

A cibersegurança também foi um tema central do evento, com Marcos Simplicio, da USP, alertando sobre os riscos que a computação quântica pode trazer para os métodos de criptografia atuais. A chegada dos computadores quânticos pode tornar as técnicas tradicionais de proteção de dados obsoletas, exigindo o desenvolvimento de novas soluções.

Simplicio destacou que a criptografia pós-quântica já é uma prioridade nas pesquisas do IEEE, sendo fundamental para proteger dados em um mundo cada vez mais interconectado.

Potencial dos veículos autônomos

O potencial de veículos aéreos autônomos foi um dos temas abordados por Euclides Chuma, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele enfatizou que os drones e eVTOLs (Electric Vertical Take-off and Landing) podem ser soluções eficientes em situações de emergência, como o combate a incêndios florestais, tal qual ocorrem na Amazônia e Pantanal, por exemplo. “Drones podem substituir helicópteros tripulados, reduzindo o risco para profissionais e garantindo uma resposta mais rápida em áreas de difícil acesso”, explicou Chuma.

Chuma ressaltou que a adaptação das redes móveis para suportar a comunicação entre drones e centros de controle é crucial para avançar na mobilidade aérea avançada, especialmente em cidades e regiões isoladas onde a infraestrutura tradicional é limitada. 

A ética na aplicação de inteligência artificial foi um dos pontos de destaque de Esther Colombini, professora da Unicamp. Ela enfatizou a necessidade de entender as limitações e os potenciais riscos dos modelos de IA, como a propagação de vieses e falhas nos resultados.  Para Colombini, o debate sobre transparência e regulamentação é essencial para garantir que as tecnologias de IA sejam desenvolvidas de forma responsável e inclusiva, visando a promoção de um futuro mais sustentável.

Os especialistas do IEEE ressaltaram que, para que as novas tecnologias tragam benefícios tangíveis para a sociedade, é necessário não apenas investir em pesquisa e desenvolvimento, mas também em regulamentações que assegurem a proteção de dados e o uso ético da inteligência artificial, por exemplo.

O IEEE é a maior

Organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. Seus membros inspiram uma comunidade global a inovar para um futuro melhor por meio de seus mais de 420 mil membros em mais de 160 países. No Brasil, são mais de 5 mil membros. Suas publicações, conferências, padrões de tecnologia são recomendadas por especialistas.

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