Dragagem

DTA Engenharia fará a dragagem no Tabocal

Empresa de São Paulo é especialista em serviços de dragagem e tem no portfólio o alargamento da praia de Balneário Camboriú

Waldick Júnior
waldick@acritica.com
10/07/2024 às 08:37.
Atualizado em 10/07/2024 às 08:37

Serviço de dragagem realizado em 2023 foi criticado pela indústria do estado, que avaliou os equipamentos como inadequados para dragagem profunda. Obra deste ano deve ter dragas adequadas (Foto: Divulgação/DNIT)

A empresa paulista DTA Engenharia é a vencedora da licitação com preço global de R$ 118,9 milhões para a dragagem e sinalização do rio Amazonas nos trechos entre Manaus e Itacoatiara, Costa do Tabocal e Foz do Madeira. Os envelopes com as propostas das empresas foram abertos na última sexta-feira (5). Agora haverá prazo para contestação e entrega de documentos.

O serviço de dragagem e sinalização dos rios é considerado, pelo governo e pela indústria do estado, como essencial para a navegação durante o período de estiagem dos rios amazônicos. Os principais órgãos que monitoram os corpos hídricos da região estimam que a seca deste ano será similar ou pior que a do ano passado.

Fundada em 1998, a DTA engenharia tem 26 anos de mercado e é considerada a única empresa 100% brasileira a atuar no segmento de dragagem portuária pesada. No seu currículo, a companhia tem serviço de dragagem de aprofundamento no porto de Cabedelo (PB), dragagem contínua no porto de Paranaguá (PR) e alargamento de praias em Vitória (ES) e Balneário Camboriú (SC). 

“O serviço de dragagem desses trechos dos rios Amazonas e Foz do Madeira são considerados prioritários, porque são regiões por onde passam os navios que abastecem as indústrias da Zona Franca de Manaus”, explica o deputado federal Sidney Leite (PSD), que acompanha o tema em Brasília (DF).

A contratação dos serviços de dragagem está sendo executada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O órgão federal publicou o edital na edição de 21 de junho do Diário Oficial da União (DOU). A abertura do edital, com a decisão da empresa vencedora, aconteceu no último dia 5 de julho.

Além deste edital, há outros três já publicados que tratam de dragagens dos rios do Amazonas. São eles: Benjamin Constant a São Paulo de Olivença, com valor global de R$ 112 milhões; cuja abertura será no próximo dia 19 de julho; Tabatinga a Benjamin Constant, de R$ 139 milhões; com abertura em 22 de julho; e Codajás a Coari, de R$ 129 milhões, com abertura em 23 de julho.

Todas as contratações preveem que o serviço de dragagem e sinalização dos rios seja executado por um período de cinco anos. O que chama a atenção, em especial em relação a Codajás e Coari (último da lista), é o tempo de abertura das propostas. Há um receio de que o serviço aconteça tardiamente, como a indústria do Amazonas avalia que ocorreu em 2023, prejudicando a economia do estado.

O deputado federal Sidney Leite entende que os prazos fazem parte de um processo burocrático dessas contratações, mas alerta para a importância da dragagem de todos os trechos, incluindo a região de Codajás a Coari.

“Essa área do rio Solimões diz respeito à retirada de petróleo e gás. O gás que vai pelas termelétricas é via gasoduto, mas o GLP, não. No ano passado, por uma questão de uma semana, dez dias, nós não ficamos sem esses combustíveis”, destaca o parlamentar.
No ano passado, o município de São Gabriel da Cachoeira, a 852 quilômetros de Manaus, chegou a racionar energia elétrica por falta de diesel para abastecer a termelétrica da cidade. Atualmente, 56 dos 62 municípios amazonenses não estão ligados ao Sistema Nacional e dependem de geradores de energia locais.

Questionado sobre se foi informado a respeito de estimativas para o início da dragagem, considerando que acompanha a pauta, o deputado Sidney Leite apenas respondeu que a expectativa é de que a dragagem comece primeiro entre Manaus e Itacoatiara e depois nas outras regiões do estado.

No último dia 6 de junho, o DNIT informou para A CRÍTICA que o início da dragagem é esperado para o segundo semestre de 2024, sem detalhar exatamente quando. A reportagem voltou a procurar o órgão federal nesta terça-feira e ainda aguarda retorno.
Preços

A CRÍTICA questionou o DNIT a respeito da proposta apresentada pela DTA Engenharia, vencedora da licitação para o primeiro edital. Ainda não há resposta para o pedido.
Conforme o termo de referência, que guiou as empresas para a elaboração de cada proposta, o custo de dragagem foi estimado em R$ 105 milhões, ou, R$ 21 milhões por ano. Já o serviço de sinalização dos rios foi estimado em R$ 5,7 milhões para todo o período do contrato.

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