Águas de Manaus pretende universalizar o acesso ao saneamento básico em Manaus, em parceria com a prefeitura
Programa Trata Bem Manaus enfatiza a importância da conscientização dos moradores e seus benefícios (Divulgação)
Um investimento histórico de R$ 2 bilhões para promover a universalização do acesso ao saneamento básico na capital é o objetivo do programa “Trata Bem Manaus”, da concessionária Águas de Manaus, em parceria com a prefeitura do município.
O programa pretende levar a rede coletora a 60% das residências até 2027 e atingir a marca de 90% de cobertura até 2033. Mais de meio milhão de pessoas terão acesso ao serviço nos próximos anos. 150 mil somente em 2024.
O projeto não se limita apenas à expansão física da infraestrutura, que constrói mais de 2 milhões de metros de rede coletora, além da implantação e ampliação de pelo menos 70 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), espalhadas por todas as zonas da cidade.
O programa também enfatiza a importância da conscientização dos moradores durante as obras, e os benefícios de conectar a residência à nova rede coletora.
A abordagem da equipe de conscientização é multifacetada, envolvendo não apenas a explicação técnica das obras, mas também destacando a importância de cada morador para o sucesso do projeto.
Panfletos informativos e campanhas nas redes sociais são algumas das estratégias empregadas para garantir que todos compreendam a relevância de conectar suas residências à rede coletora.
Nas redes sociais, alguns moradores expressam entusiasmo pela oportunidade de finalmente contar com saneamento básico adequado, enquanto outros manifestam preocupações sobre os transtornos temporários causados pelas obras.
A equipe de conscientização tem se esforçado para responder a dúvidas e fornecer informações claras sobre o cronograma das obras e os benefícios a longo prazo.
Quem decide se conectar obtém diversas vantagens, de acordo com um estudo do Instituto Trata Brasil, que vai desde valorização imobiliária à contribuição direta para preservação permanente dos rios e igarapés que atravessam a cidade.
De acordo com especialistas, a etapa de conscientização e conexão dos moradores desempenha um papel crucial no sucesso do sistema de tratamento. A conexão adequada de todas as residências à rede coletora é essencial para garantir que o tratamento de água e esgoto funcione de maneira eficiente.
“A colaboração ativa dos moradores é vital. A universalização do saneamento básico não é apenas uma questão de infraestrutura, mas também de comprometimento da comunidade. Se todos estiverem conectados corretamente, os benefícios para a saúde pública e o meio ambiente serão imensuráveis”, destaca um dos engenheiros responsáveis pelo projeto”, explica o engenheiro Rubens Soares.
Hoje, mais de 1,7 mil pessoas que vivem em becos e palafitas de Manaus já contam com o serviço de coleta e tratamento de esgoto. O modelo está sendo replicado em outras regiões com as mesmas características.
“Reforçamos a importância da conexão ao sistema para que possamos usufruir de todos os benefícios que chegam junto com a ampliação do serviço de coleta e tratamento de esgoto. Exemplo disso é o que estamos vivenciando aqui no beco Nonato, onde todos os moradores estão conectados ao sistema”, ressalta o gerente de projetos, Jean Damasceno.
Classificado como “case de sucesso”, pelo gerente de Serviços da Águas de Manaus, Felipe Poli, o beco Nonato, na Cachoeirinha, é um símbolo da transformação em áreas vulneráveis de Manaus.
Beco Nonato, na Cachoeirinha, é primeira área de palafitas a receber água tratada e está se tornando a primeira do Brasil a ter efluentes recolhidos e tratados.
Sendo a primeira área de palafitas a receber água tratada, também está se tornando a primeira do Brasil a ter efluentes recolhidos e tratados. O local, que recebeu melhorias como pintura nas tubulações de esgoto e instalação de lixeiras, celebra avanços que transformam vidas, como a de Aldineia Reis.
“Quando eu me mudei para cá, nunca imaginei que iria vivenciar este tipo de melhoria. Nunca nem tinha ouvido falar em esgoto para casas em palafitas. A chegada do esgoto mudou nossa vida. Hoje não temos mais que conviver com o mal cheiro e nem vendo dejetos das pessoas”, reforça a dona de casa, Aldineia Reis, que mora na comunidade há quatro anos.
O investimento de R$ 2 bilhões não apenas transformará o panorama do saneamento básico em Manaus, mas também promete impulsionar o desenvolvimento econômico da região. A criação de empregos durante as obras e a melhoria das condições de vida são consequências esperadas do projeto.
Atualmente, a capital conta com 86 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) em operação, somando cerca de 814 km de redes coletoras, interceptores e coletores troncos de esgoto, atingindo cerca de 166 mil residências com 30% de cobertura na capital. A estrutura atual se divide em bairros das zonas Centro-Sul, Sul e Norte.
Nos próximos meses, os bairros Centro, Praça 14, Nossa Senhora das Graças (Vieiralves, Manauense e Beco do Macedo), Dom Pedro, Ponta Negra, Parque Dez (Eldorado)e Cidade Nova (conjunto Amadeu Botelho e Manoa), receberão obras de infraestrutura de esgoto.
No total, mais de 200 mil metros de redes coletoras de esgoto serão implantados neste ano em Manaus. Além disso, a primeira etapa da Estação de Tratamento de Esgoto Raiz, na zona Sul da cidade e a ETE Ponta Negra, na zona Oeste, devem ser entregues até o fim do ano. Mais de 150 mil pessoas serão beneficiadas em 2024.
Na segunda etapa, de 2028 a 2033, serão implantados mais de 1,1 milhão de metros de rede, que irão beneficiar aproximadamente 504 mil pessoas. Ao final do período, o serviço estará universalizado na cidade. A terceira etapa será realizada entre 2033 e 2045, com a manutenção da universalização do serviço.
Ou seja, as equipes da concessionária seguirão com o acompanhamento do crescimento da cidade e a implantação de redes e estruturas em novas comunidades que forem criadas.