SUSTENTABILIDADE

Evento 'Plantar & Transformar' reúne líderes para impulsionar a sustentabilidade na Amazônia

A segunda edição do evento reúne cerca de 70 participantes, incluindo prefeitos, vice-prefeitos, secretários de educação e meio ambiente, líderes pedagógicos e da área ambiental de cinco municípios da Região Norte - sendo três do Amazonas

Lucas Vasconcelos
online@acritica.com
20/06/2023 às 16:27.
Atualizado em 20/06/2023 às 16:27

(Foto: Márcio Silva/A CRÍTICA)

A capital amazonense, coração da Amazônia brasileira, recebe mais uma vez o evento "Plantar & Transformar", que neste ano pretende fomentar iniciativas com foco em sustentabilidade na educação, equidade racial e práticas pedagógicas na Amazônia.

A abertura do evento aconteceu na manhã desta terça-feira (20), no Tropical Hotel, localizado no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus. A segunda edição do evento reúne cerca de 70 participantes, incluindo prefeitos, vice-prefeitos, secretários de educação e meio ambiente, líderes pedagógicos e da área ambiental de cinco municípios da Região Norte - sendo três do Amazonas (Itacoatiara, Manicoré e Presidente Figueiredo) e dois do Pará (Moju e Ulianópolis).

Para o gerente de operações do Instituto Gesto, Bruno Betat, o evento marca o ponto alto do trabalho que a instituição realiza junto com os cinco municípios da Amazônia.

"O Plantar é um projeto que já existe desde 2021 trabalhando com redes de educação pela Amazônia, tanto no Amazonas quanto no Pará. Trabalhamos na assessoria pedagógica dessas redes e trazendo um olhar para sustentabilidade. Fazendo essa conexão entre as comunidades escolares e a floresta. [O objetivo é] trazer essas redes de conexão e fortalecer a conexão entre elas. Hoje temos representantes das secretarias de educação e de meio ambiente, além de prefeitos, vice-prefeitos apoiando suas secretarias", destacou Betat.

Balanço de resultados

Segundo Paula Hopp, coordenadora de implantação do Plantar, o programa possibilitou bons resultados em seu primeiro ano de monitoramento nas regiões escolhidas pelo projeto.

"A gente trabalha com essas redes durante o ano todo. Nós fazemos visitas às redes, acompanhamos as secretarias de educação o ano todo. Do ano passado para este ano, vimos movimentações muito importantes. Temos projetos piloto que já iniciamos, um acompanhamento pedagógico que já está acontecendo em todas as redes. Do ano passado para este ano, o evento dobrou de tamanho, hoje temos quatro dias", descreveu a coordenadora.

Hopp destacou ainda que o programa pode proporcionar às lideranças dos municípios participantes orientações para que esses municípios pudessem readequar projetos de educação pós-pandemia de Covid-19.

"Esse momento de troca entre as redes é muito importante. Em quatro municípios temos programas de alfabetização lançados. Alfabetização na idade certa e recomposição de aprendizagens foram o foco do ano passado. Durante a pandemia, tivemos muita defasagem, então os programas buscaram trazer o que os alunos perderam e garantir que eles estejam no caminho certo. Foram dois grandes marcos. E o marco deste ano é a conexão com a sustentabilidade. O município de Ulianópolis fez o Salas Florestas, um programa que cria um sistema agroflorestal na escola. A gente espera que outros municípios possam fazer movimentos semelhantes", acrescentou Hopp.

Paula Hopp, coordenadora de implantação do Plantar e Bruno Betat, gerente de operações do Instituto Gesto (Foto: Márcio Silva/A CRÍTICA)

Desenvolvimento sustentável

Um dos temas abordados na abertura do evento foi o desenvolvimento sustentável nas comunidades ribeirinhas da Amazônia e geração de renda para os produtores residentes dessas localidades.

Segundo Marcus Biazatti, líder na iniciativa estratégica produção sustentável do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), este é o principal motor para o fortalecimento dessas comunidades.

Marcus Biazatti, líder na iniciativa estratégica produção sustentável do Idesam (Foto: Márcio Silva/A CRÍTICA)

"O Idesam promove cadeias produtivas sustentáveis conectando os atores do campo com o mercado global. Acreditamos que essa conexão faz com que a economia da Amazônia se impulsione, trazendo valorização dos produtos, da sociobiodiversidade. Acreditamos que a sustentabilidade ocorre por meio de cadeias produtivas sustentáveis que geram economia local", destacou o representante do Idesam.

Além disso, Marcus Biazatti destacou que as diretrizes estratégicas da organização permitiram um alcance econômico significativo para os produtores regionais das comunidades que atuam com extrativismo.

"Grandes números têm sido alcançados de 2019 até 2022. Mais de R$ 6,4 milhões em comercialização de produtos sociobiodiversidade feitos com o protagonismo direto das organizações sociais de base comunitária. Da população que vive no interior do Amazonas, o ribeirinho propriamente dito é organizado em associações e cooperativas. Eles conseguiram fazer essas produções e ter esse retorno econômico diretamente em suas mãos. Estamos falando de cerca de 376 famílias que estão em atuação e tiveram uma remuneração média de R$ 2.900 em suas safras produtivas. Isso é muito bom para o interior do Amazonas, pois traz desenvolvimento para as comunidades e gera economia local para quem está morando nessas comunidades ribeirinhas e promove o desenvolvimento sustentável nessas regiões", declarou Biazatti.

Programação

O evento acontece até sexta-feira (23) e reunirá os participantes e debatedores para discutir sobre educação sustentável, equidade racial, práticas pedagógicas na Amazônia e uma imersão na escola localizada na comunidade Três Unidos, na Zona Rural de Manaus.

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