Vazante

‘Estabilidade para na sequência iniciar as descidas’, diz especialista sobre o rio Negro

Pesquisadora destacou que período de junho é normal para o início da vazante nos rios

Lucas dos Santos*
online@acritica.com
17/06/2024 às 15:32.
Atualizado em 17/06/2024 às 15:33

(Foto: Nilton Ricardo/Freelancer)

A pesquisadora de geociências Jussara Cury, do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), afirmou que o rio Negro em Manaus chegou ao período de estabilidade e que deve iniciar as decidas ainda em junho, mês em que normalmente se inicia a vazante. Na manhã desta segunda-feira (17), o rio Negro parou de encher pela primeira vez em três meses.

Jussara disponibilizou um gráfico da Rede Hidrometeorológica Nacional comparando os períodos das cheias e vazantes dos últimos dois anos. Segundo as projeções, o nível do rio Negro em 2024 está abaixo da máxima histórica de 2021, da média normal e da mínima histórica de 2023.

"O rio Negro em Manaus está no período de estabilidade, para na sequência iniciar as descidas, cujo período de ocorrência na maioria dos casos é em junho. Os níveis para Manaus estão dentro do intervalo da normalidade", disse.

(Foto: Divulgação/SGB)

No rio Amazonas, a pesquisadora destacou que, no município de Itacoatiara, “o pico da cheia normalmente ocorre no final de maio, mas em 2024 ainda está apontando certa estabilidade, prolongando um pouco as subidas”.

“Contudo, os níveis do rio Amazonas nesta estação são considerados baixos e abaixo da faixa de normalidade, o que pode indicar que a recuperação de níveis desse posto ocorreu abaixo da maioria dos casos já registrados”, disse.

(Foto: Divulgação/SGB)

O gráfico do rio em Itacoatiara mostra que o nível de 2024 está próximo das mínimas diárias dos últimos 25 anos, mas no tempo certo para o início da vazante, tal qual o rio Negro.

Sala de situação

Na última sexta-feira (14), o Ministério do Meio Ambiente instalou uma sala de situação preventiva para tratar sobre a seca e o combate a incêndios no Brasil, especialmente nos biomas do Pantanal e Amazônia.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, há um agravamento dos problemas de natureza climática e as consequências chegarão mais cedo este ano, com repercussão ambiental “muito grave”.

“Em função disso, já estamos agindo na lógica da gestão do risco e não apenas do desastre”, disse Marina, após reunião da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, no Palácio do Planalto.
“Estamos agindo dentro de um cronograma para que tenhamos uma ação preventiva, por entendermos que o custo de prevenir é sempre menor do que aquele de remediar”, acrescentou.

No caso da Amazônia, o Ministério dos Transportes já está se antecipando com obras de dragagem e abastecimento das comunidades. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) afirmou ao jornal A CRÍTICA que já obteve o licenciamento ambiental para a realização da dragagem e que o processo deve ser iniciado no início do segundo semestre.

*Com informações de Agência Brasil

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