Em debate realizado nesta sexta-feira (9), órgão, entidades e pesquisadores ressaltaram o alerta para a estiagem e os eventos climáticos que extremos
(Foto: Jeiza Russo/A CRÍTICA)
A preocupação com os eventos climáticos na Amazônia relacionados à seca acenderam um alerta do Fórum das Águas e dentre outras entidades, que realizaram nesta sexta-feira (9), uma conferência sobre a estiagem no Auditório Mãe Paula, no Centro de Manaus.
De acordo com o coordenador do Fórum das Águas, Sandoval Alves Rocha, o evento é o resultou de ações desenvolvidas pelo grupo ao longo dos anos, principalmente, com a preocupação da seca e outros eventos climáticos na região.
"Sabemos que teremos muitas pessoas que serão afetadas com a estiagem. No ano passado 630 mil famílias sofreram com essa problemática, então, com a experiência anterior e com essa conferência queremos elaborar um plano de ação do Fórum das Águas para atuar com os poderes públicos", afirmou Rocha.
(Foto: Jeiza Russo/A CRÍTICA)
O coordenador revela que pretende realizar uma reunião com a sociedade civil sobre o assunto para olhar para a situação da estiagem e também visualizar a problemática das mudanças climáticas.
"Sabemos que a seca que assola nosso Estado é uma realidade das mudanças no nosso clima e intervenção do homem a longo prazo", explicou o coordenador, que ressaltou que comunidades do interior do Amazonas, com destaque a povos do Alto Solimões, que já estão sofrendo impactos da estiagem.
Para a bióloga e pesquisadora de Embrapa Amazônia, Elisa Wandelli, o importante é que a sociedade e o poder público sejam sensibilizados sobre todos os efeitos que as mudanças climáticas acarretam na vida humana, em especial na vida dos povos tradicionais, ribeirinhos, indígenas e agricultores.
"A dinâmica da floresta Amazônica mantém o clima do planeta. A hora que somos afetados com a falta d'água, o clima do planeta todo é regional é modificado", explicou a pesquisadora.
Segundo ela, todos os problemas relacionados à fome, miséria e falta de transporte estão relacionados aos eventos climáticos. "O objetivo desse debate foi alertar sobre todos esses maléficos, que não são consequências das mudanças climáticas externas. São consequências causadas pela própria humanidade, seja pelo desmatamento e outros problemas", pontuou.
A pesquisadora enfatiza que a problemática na falta de água vem ocorrendo desde as nascentes, mas os impactos em igarapés e rios na capital amazonense, que recebem dejetos humanos e objetos diariamente.
(Foto: Jeiza Russo/A CRÍTICA)
Conforme o frei Paulo Xavier, envolvido na Arquidiciose de Manaus na Comissão da Ecologia Integral, o evento é de suma importância e ele enfatiza que o debate demonstra a sensibilidade de grupos com a sociedade sobre os impactos da seca.
"Esse líquido precioso é importante para a humanidade. Não dá para gente deixar despercebido essa questão da água e a importância dela na vida do ser humano, concluiu.
A análise do Índice Integrado de Seca (IIS), sistema do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que monitora os registros de seca nacionalmente revela que de janeiro a junho deste ano, a seca atingiu 69% dos municípios da Amazônia Legal (531 no total), enquanto apenas 31% permanecem em estado de normalidade.
Na última quinta-feira (8), a Defesa Civil Nacional reconheceu os municípios de Envira, Juruá e Tabatinga em situação de emergência devido a seca no Estado do Amazonas.