desmatamento ilegal

Desmatamento na Amazônia cai 60% em janeiro; no Amazonas, redução é de 76%

Conforme o levantamento, em janeiro de 2023, foi degradada uma área de 198 km², número que caiu para 79 km² no mesmo mês de 2024

Waldick Junior
waldick@acritica.com
21/02/2024 às 20:28.
Atualizado em 21/02/2024 às 20:28

Floresta Nacional Bom Futuro, em Porto Velho, Rondônia, em outubro de 2023 (Foto: Marizilda Cruppe / Greenpeace)

O desmatamento ilegal na Amazônia caiu 60% em janeiro de 2024, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Este é o décimo mês consecutivo em que os dados apontam redução no desflorestamento provocado no bioma amazônico. Todos os estados com porções da floresta registraram queda de desmatamento em janeiro. O Amazonas teve uma redução de 76%, a segunda maior entre as unidades da federação.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), instituição científica que existe há 33 anos e realiza pesquisas sobre a região. Conforme o levantamento, em janeiro de 2023, foi degradada uma área de 198 km², número que caiu para 79 km² no mesmo mês de 2024. Apesar da queda, o terreno equivale a abrir espaço para 250 campos de futebol por dia.

“A expectativa é que as taxas de desmatamento continuem baixas nos próximos meses, porque ainda estamos no período chamado inverno amazônico, onde o regime de chuvas é bastante intenso. Além disso, também podemos citar as ações de fiscalização, combate e controle do desmatamento, que estão ocorrendo e surtindo efeito. Com isso, aliado a essas práticas de combate ao desmatamento, nós poderemos honrar o nosso compromisso de desmatamento zero até 2030”, afirma a pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim.

Coordenador do mestrado em Direito Ambiental da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), o professor Erivaldo Cavalcanti também credita a redução do desmatamento às ações de fiscalização do governo federal. 

“É indiscutível que as ações governamentais podem ter como resultado o desmatamento ou a proteção da floresta. Sem colocar nenhuma variável ideológica nesta questão, nós tivemos por quatro anos um governo que, em discurso e ações, fomentava a possibilidade de se gerar um desmatamento, uma contaminação dos recursos hídricos. A partir do momento em que passamos a ter uma nova gestão, a gente vê que os órgãos fiscalizadores começam a trabalhar”, avalia.

Já o doutor em Manejo Florestal e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Niro Higuchi, diz que o cenário é muito complexo para se definir com clareza as causas da redução do desmatamento.

“Se alguém está imaginando que possa ser uma ação governamental, eu não acredito nisso, porque você não viu nenhuma ação governamental. Isso pode ser também efeito do próprio El Niño, que tem sido muito forte. Tivemos desde maio de 2023 até dezembro, um período muito seco. Quando chega em novembro, dezembro, as pessoas diminuem o desmatamento. Entrou o inverno sob El Niño. O que pode estar acontecendo é que o pessoal desmatou o que tinha que desmatar e deixa de fazer isso neste ano”, comenta ele.
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