Apuí e Lábrea são os municípios com mais queimadas em todo o Brasil. O estado registrou altos índices pelo segundo mês consecutivo
Queimada (Foto: Greenpeace)
Pelo segundo mês consecutivo, o Amazonas registrou os maiores números de focos de incêndio já identificados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde o início da série histórica, em 1998. Em 25 dias de julho, foram 2.241 focos de queimadas, ultrapassando o recorde anterior, de 2.119 focos em julho de 2020.
No mês passado, o estado já havia acumulado 258 focos de incêndio, também recorde para a série histórica de junho. O aumento no número de queimadas coincide com o início da estação seca na região, quando, historicamente, cresce o número de incêndios provocados por ação humana.
Segundo ele, a mudança neste ano aconteceu de maneira mais acentuada em razão do calor excessivo na região, que vem batendo sucessivos recordes de temperatura há 13 meses.
Queimadas (Foto: Divulgação/CBMAM)
Ranking
De acordo com a plataforma BD Queimadas, do Inpe, os dez municípios do Amazonas com mais desmatamento são: Apuí (865 focos); Lábrea (626F); Manicoré (179F); Humaitá (165F); Novo Aripuanã (127F); Canutama (107F); Boca do Acre (62F); Maués (36F); Borba (33F); e Tapauá (24F).
No ranking nacional, Apuí e Humaitá figuram como os dois municípios com mais queimadas em todo o país. A terceira posição fica com Corumbá (MS), no Pantanal, que acumulava 570 focos de calor até a quinta-feira (25), seguido por Itaituba (PA), com 500 focos.
Atuação
Em reportagem publicada na última segunda-feira (22), o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMMAM) informou que trabalha desde 3 de junho com as operações Aceiro 2024 e Céu Limpo, cujo objetivo é intensificar o combate aos incêndios no estado. O lançamento ocorreu de maneira antecipada e está associado à previsão de aumento de demanda para queimadas, devido à estiagem prevista para este ano.
Queimada (Foto: Reprodução/Arquivo)
Na capital do Amazonas, onde já há piora na qualidade do ar em razão da fumaça, o Corpo de Bombeiros diz que atua por meio do plano de contingência, que intensifica o efetivo operacional para combater os incêndios.
Ibama
Neste mês, servidores do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama ) e Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) entraram em greve.
As atividades de combate a incêndios foram consideradas essenciais pela justiça federal, ou seja, não podem parar. No entanto, a Ascema Nacional, entidade que comanda a greve, também associa o aumento de queimadas e desmatamento à mobilização dos servidores.
Nota
A reportagem solicitou um posicionamento ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e aguarda retorno. Assim que a resposta for encaminhada, a matéria será atualizada.