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AM prevê cheia e seca menos severas em 2025 e lança comitê contra mudanças climáticas

Decreto foi assinado pelo governador Wilson Lima em cerimônia na sede do governo estadual

Lucas dos Santos
27/01/2025 às 16:12.
Atualizado em 27/01/2025 às 16:12

Governo do Estado realizou o lançamento do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais (Foto: Daniel Brandão)

O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), afirmou que as expectativas da gestão estadual são de que tanto a cheia quanto a seca de 2025 sejam leves ou moderadas, não chegando ao nível dos últimos anos. A previsão foi divulgada nesta segunda-feira (27) durante o lançamento do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais.

O chefe do Executivo ressaltou que as previsões são uma fotografia do momento atual dado pela meteorologia e que podem ser alteradas caso “haja uma mudança drástica no clima”.

“Nesse momento, os rios estão dentro daquilo que a gente espera de normalidade. Nem muito seco, nem muito cheio, o que está bom. A gente não vislumbra, como eu falei, uma seca que possa comprometer, por exemplo, a produção rural, [uma cheia] que possa alagar municípios e que possa desabrigar moradores no estado do Amazonas”, disse.

Segundo Wilson Lima, o comitê será formado por 33 órgãos da administração direta e indireta do governo estadual. Com foco na política ambiental, enfrentamento às queimadas, realização de obras de infraestrutura e ações de dragagem dos rios, o comitê fará investimentos com recursos do governo federal, do Fundo Amazônia, do banco alemão KfW e outras instituições que auxiliam o governo estadual.

“Nós estamos criando, de forma permanente hoje, esse comitê. Um comitê formado por essas secretarias, empresas e instituições estratégicas e que tem ações que influenciam diretamente na questão de ajuda humanitária, no desenvolvimento de atividades econômicas e também que tratam diretamente das questões ambientais. Esse comitê será permanente e tem auxílio do comitê científico do governo do Amazonas, que é capitaneado pela Fapeam”, explicou.

Precipitação

O secretário da Defesa Civil, coronel Francisco Máximo, mostrou dados que apontam um volume de chuvas dentro da normalidade nas áreas norte, nordeste e noroeste do Amazonas nos próximos 30 dias. Ainda assim, os especialistas consultados pelo governo ainda consideram esse número preocupante, pois o volume atual não garante a recuperação completa das bacias afetadas pela estiagem histórica de 2024.

“De qualquer forma, nesse momento a gente entende que nessa faixa que eu mencionei, encontra-se dentro da normalidade. A preocupação está mais abaixo, mais ao sul, mais a sudeste e a sudoeste, comprometendo um pouco o leste do estado também, principalmente os países onde estão as nascentes desses rios. Obviamente, estamos falando de Bolívia, Peru e Colômbia”, apontou.

Os dados meteorológicos mostram um baixo volume de chuvas nos países vizinhos ao Amazonas, o que gerou uma queda no nível do rio Solimões. Segundo o centro de monitoramento da Defesa Civil, esse comportamento das chuvas deve se manter até pelo menos o mês de abril, o que liga a luz de alerta no governo.

O coronel Máximo destacou que o fenômeno La Niña, que resfria as águas do oceano Pacífico e aumenta a incidência de chuvas na região amazônica, chegou atrasado e com uma intensidade muito fraca.

“Estamos sim com o La Niña atuando, mas ainda de forma muito discreta, muito fraca, sem relevância. A gente observa que, para os próximos trimestres, já tem uma previsão que ele começa a perder força, uma outra grande preocupação. [...] o resfriamento traz umidade, porém essa umidade desejada não está, ainda, fazendo a diferença, e ela vai perdendo intensidade”, disse.

Recursos

Em questão de recursos financeiros, Wilson Lima afirmou que o governo já tem disponível R$ 21 milhões do Fundo Amazônia e que a gestão já iniciou confecção de viaturas e compra de equipamentos de proteção. Outros R$ 21 milhões do Ministério da Justiça estão sendo utilizados para contratação de viaturas, 17 caminhões que serão destinados a 15 municípios, onde serão montadas brigadas permanentes.

“O KfW também está disponibilizando R$ 3 milhões para construção e mais dois quartéis para abrigar essas brigadas. Um quartel em Boca do Acre e outro em Apuí. Os recursos já estão disponíveis e daqui a duas semanas serão apresentados os planos arquitetônicos e aí já inicia o processo de licitação. A nossa expectativa é que, no ano que vem, esses quartéis sejam entregues”, disse.

Além disso, os recursos do banco alemão serão usados na contratação de 153 brigadistas, que começam a ser contratados no mês de junho, segundo o governador, que auxiliarão no combate às queimadas do sul do estado.

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