Polícia investiga

Adolescente morto em abordagem era vendedor de verduras: 'O nome do meu filho é limpo'

Adriene Perpétua Silva de Oliveira, mãe de Herbert de Oliveira da Silva, 17, afirma que o filho foi morto no caminho que usava para chegar até o local onde vendia verduras, uma rua pública

Natasha Pinto
online@acritica.com
23/03/2022 às 14:50.
Atualizado em 23/03/2022 às 15:27

Adriene Perpétua Silva de Oliveira, mãe de Herbert de Oliveira da Silva, 17, morto durante abordagem policial (Foto: Junio Matos)

"O nome do meu filho é limpo. Meu filho era criança, ele trabalhava vendendo verdura no meio da rua, foi confundindo", esse é parte do depoimento de Adriene Perpétua Silva de Oliveira, mãe de Herbert de Oliveira da Silva, 17,  que foi morto com um tiro durante abordagem policial, na manhã desta quarta-feira (23), na Comunidade Santa Inês, zona leste de Manaus.

Adriene revelou que o filho, saiu de casa por volta de 9h, quando iria vender verduras em bairros próximos, enquanto ela cuidaVa da irmã caçula de apenas dois meses. Até que ao se passar alguns minutos, ela escutou disparos de arma de fogo.

"Eu ouvi os disparos, mas jamais imaginava que era atrás do meu filho, porque eu sabia que ele não tinha envolvimento (com o crime). Quando chegou a notícia, já foi das pessoas que ajudaram a tirar ele da lama. Atiraram como se fosse um bicho, como se fosse um nada, entendeu? Atiraram e foram embora, não falaram nada pra ninguém, eles deixaram meu filho jogado como um cachorro na lama", disse a mãe aos prantos.

A mãe de Herbert contou detalhes de como era a rotina do filho, que vendia verduras para ajudar nas dispesas casa e comprar fraldas para a irmã e depois, ia para a escola. A vítima usava o caminho na mata para chegar mais rápido aos pontos de venda.

"De manhã ele descia a rua para usar a trilha para ir para o outro lado, trabalhar. Depois voltava por esse mesmo caminho, passava em casa e ia para a escola a tarde. Esse policiai já saiu atirando nele, só porque viu eles lá embaixo atravessando pro outro lado pra vender a verdura. Eu ainda chamei ele para tomar café, mas ele disse que estava atrasado", lamentou a mãe.

A Polícia Civil procura identificar qual Companhia Interativa Comunitária (Cicom) realizou a abordagem ou se trata de uma ocorrência de Policiamento Especializado, como Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) ou Força Tática.

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