Saúde

Novos meios de testagem contra diabetes devem ser aliados aos cuidados no dia a dia

Médicos especialistas reiteram a importância na mudança do estilo de vida, bem como o uso de medicamentos, no combate diário contra a doença

Tiago Melo
online@acritica.com
15/05/2022 às 13:35.
Atualizado em 15/05/2022 às 13:39

Para quem ainda não tem acesso ao teste rápido, o diagnóstico laboratorial é a melhor opção (Reprodução/Internet)

Nem só de autoteste para covid tem vivido o brasileiro. A nova modalidade de testagem rápida se popularizou e outros testes têm sido buscados pelos consumidores. Recentemente, foi lançado no Brasil um teste fácil e prático chamado A1Cnow+ para detecção e monitoramento da diabetes, através da hemoglobina glicada.

Para quem não sabe, a hemoglobina glicada é um exame capaz de medir o índice glicêmico no organismo, ou seja, os níveis de açúcar presentes no sangue. O exame serve para controlar o diabetes já existente e para diagnosticar a pré-diabetes e diabetes de pacientes que ainda não sabem que têm a doença.

Mas, afinal, o que é a diabetes? De acordo com a endocrinologista Luciana Lobato, a diabetes é caracterizada pela presença de níveis de glicose no sangue acima do normal. É uma doença que surge em decorrência de alterações no metabolismo que acabam fazendo com que ela fique alta.

“Existem três tipos principais de diabetes: Diabetes Mellitus tipo 1, Diabetes Mellitus tipo 2 e Diabetes Mellitus Gestacional. A principal diferença entre esses três tipos está na origem: no tipo 1, ocorre destruição das células produtoras de insulina localizadas no pâncreas, causando perda da sua produção e a necessidade de utilizar insulina como tratamento desde o início da doença; no tipo 2, a principal característica é a resistência insulínica, ou seja, o pâncreas mantém a produção de insulina porém esta não consegue agir eficientemente. E no gestacional, a produção aumentada de alguns hormônios típicos da gestação, que se contrapõem ao efeito da insulina, associada à predisposição individual, levam ao surgimento do diabetes durante a gestação”, explicou Lobato.

Complicações

Infelizmente, a diabetes pode causar inúmeras complicações quando não é controlada. “Como, por exemplo, cegueira, doença renal, amputações dos pés e, até mesmo, aumento do risco de eventos fatais como infarto ou derrame”, destacou o endocrinologista Thiago Veríssimo. 

A boa notícia, conforme Veríssimo, é que, atualmente, o tratamento da diabetes tem apresentado grandes avanços. “Muitos medicamentos não somente auxiliam no controle dos níveis de açúcar, como também favorecem a redução de peso e até mesmo a redução da pressão arterial. A insulina tem sido indicada para pacientes com diabetes tipo 1 ou para pacientes tipo 2 com alta gravidade”, afirmou o especialista. 

A insulina, entretanto, é o único tratamento existente para o diabetes mellitus tipo 1 e também é o medicamento indicado para as gestantes com diabetes. Conforme Lobato, nos últimos 20 anos, novas insulinas foram desenvolvidas, tornando o tratamento mais eficaz, seguro e prático.

“Para o diabetes tipo 2 também surgiram novas medicações, com diferentes mecanismos de ação, que além de controlarem a glicose, proporcionam redução do peso, da pressão arterial, do colesterol e triglicérides, redução do risco de doenças cardiovasculares e preservam o funcionamento dos rins. Tais medicações são apresentadas em comprimidos ou injeção subcutânea”, ressaltou a médica.

Prevenção

A nutróloga Cristinne Breval defende a importância na mudança do estilo alimentar, principalmente com a redução e eliminação de carboidratos simples. “As medicações ajudam a manter o níveis de glicose adequados, porém, sem as mudanças dos hábitos alimentares, o tratamento não é eficaz, fazendo com que o paciente evolua com complicações do diabetes”, informou Breval. 

Contudo, uma coisa é certa: a prevenção ainda é o melhor caminho contra a diabetes, visto que 50% dos diabéticos desconhecem ser portadores da patologia. Esse número corrobora o levantamento realizado pela Federação Internacional de Diabetes, que sinalizou um aumento de 16% de pacientes da doença em caráter mundial, conforme mensurado nos dois últimos anos.

Para quem ainda não tem acesso ao teste rápido, o diagnóstico laboratorial é a melhor opção.

”Ele pode ser feito de três formas. São considerados positivos os que apresentarem os seguintes resultados: glicemia de jejum > 126 mg/dl (jejum de 8 horas); glicemia casual (colhida em qualquer horário do dia, independente da última refeição realizada) > 200 mg/dl em paciente com sintomas característicos de diabetes; glicemia > 200 mg/dl (duas horas após sobrecarga oral de 75 gramas de glicose)”, concluiu a especialista.
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