doença ginecológica

Março Amarelo: todas na luta contra a endometriose

A condição é caracterizada pela presença de células do endométrio em outros órgãos da pelve

Tiago Melo
online@acritica.com
18/03/2023 às 14:53.
Atualizado em 18/03/2023 às 14:53

(Foto: Reprodução)

O mês de março é marcado pela campanha de conscientização sobre a endometriose, orientando a população sobre suas causas, sintomas e tratamentos. Segundo a Comissão Nacional de Endometriose, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 1 a cada 10 brasileiras sofrem com o problema.

A endometriose é uma doença ginecológica inflamatória crônica que se manifesta principalmente na idade reprodutiva. A condição é caracterizada pela presença de células do endométrio (mucosa que reveste o interior do útero) em outros órgãos da pelve, como trompas, ovários, intestinos e bexiga, ou seja, fora da cavidade uterina.

“O problema é que as mulheres já associam dor e cólicas no período menstrual como algo comum, e acabam não buscando atendimento médico. No entanto, a endometriose é uma doença evolutiva, que começa com pequenos ‘focos’. Se a paciente não se tratar o quanto antes, o quadro pode se agravar ao longo dos anos”, afirma o ginecologista e obstetra Carlos Moraes.

Sintomas 

A ginecologista Marise Samama explica que a endometriose é uma doença que começa na adolescência e o diagnóstico se dá entre 10 a 15 anos depois. "As mulheres usam anticoncepcional por anos e quando param para engravidar, se deparam com dor menstrual importante na menstruação ou não conseguem engravidar. Nem toda mulher que tem cólica vai desenvolver endometriose. O diagnóstico precoce é um desafio, pois a cólica menstrual é queixa comum na maioria das meninas", explica a médica.

 A especialista explica que alguns dos sintomas são inflamação e dor do sangue menstrual dentro da barriga. "A dor pode ser na menstruação, na relação sexual, na evacuação, nas costas, para urinar e, também, pode ser o tempo todo ou se limitar a ir e vir. As dores começam antes dos 20 anos e vão piorando gradativamente, afetando a qualidade de vida física e mental da mulher", comenta Samama.

Tratamento

Quando se fala de tratamento, o uso de contraceptivos e tratamentos hormonais, como, por exemplo, o DIU, fazem parte do primeiro cuidado da doença e buscam evitar a dor e a menstruação.

"Tratamentos devem visar a melhora da qualidade de vida, focando numa dieta saudável, mais natural, com menos alimentos industrializados, açúcares e gorduras. É recomendado também, fazer atividade física, reduzir o consumo de álcool e do fumo", explica a ginecologista.

Saúde mental

Estudos mostraram que mais de 80% das mulheres portadoras de endometriose com dores frequentes e regulares haviam desenvolvido quadro de depressão.

Segundo a psicóloga Monica Machado, há outros sintomas emocionais que podem ser notados após o diagnóstico da endometriose.

“Uma das primeiras sensações é a de impotência. Depois, a ansiedade se instala, por não saber se o tratamento realmente irá funcionar e quais as consequências que a doença pode ocasionar. Trata-se de um momento conflituoso de emoções que devem ser monitoradas. Daí a necessidade de terapia, antes que evolua para um quadro de depressão”, concluiMonica Machado.

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