O vereador Caio André avalia que algumas decisões que tomou na presidência da Câmara Municipal de Manaus (CMM) poderiam ter sido mais planejadas. E ressaltou que, nos últimos dois anos a Casa teve mais autonomia e independência. O parlamentar é o primeiro presidente no exercício do cargo a não conseguir ser reeleito.
“Ao longo da gestão, algumas decisões poderiam ter sido melhor planejadas em termos de tempo e execução. Por exemplo, projetos que demandavam mais diálogo ou ajustes talvez tivessem resultados ainda melhores se fossem implementados em um ritmo diferente”, disse o vereador.
Questionado sobre quais decisões ele teria feito diferente, o parlamentar afirmou que as escolhas durante o período eleitoral e os embates políticos na campanha.
“Em relação ao período eleitoral. Perdemos muitos apoiadores em função de ataques do outro grupo político e apostei em muita gente que não estava comprometida com o nosso projeto de reeleição”, destacou Caio André.
Durante o período eleitoral, a CMM abriu duas investigações contra a gestão do prefeito David Almeida. A medida foi vista pela base governista como “eleitoreira”. E as CPIs visavam beneficiar o deputado estadual Roberto Cidade, que concorreu à prefeitura.
Embates
Apesar disso, o vereador avalia que os embates com a base de David Almeida não lhe prejudicaram diretamente, mas enriqueceram os debates políticos do Legislativo.
“Não guardo mágoa alguma. O debate político é parte essencial da democracia, e embates pontuais são naturais quando buscamos o melhor para a cidade. Meu compromisso sempre foi com o interesse público, e acredito que nossas divergências enriqueceram o diálogo e trouxeram avanços. Se houve prejuízo político, isso é secundário em relação ao bem maior, que é o bem-estar da população”, informou o parlamentar.
Caio André ressaltou que encerra seu mandato como vereador e presidente da Casa com a sensação de dever cumprido.
“Durante esses dois anos, trabalhamos incansavelmente para modernizar e tornar o serviço público mais eficiente. Modernizamos a câmara, fizemos o Concurso Público, aproximamos a população a Câmara Municipal de Manaus através da Câmara Cidadã, reparamos os prejuízo do último concurso em 2003 com o chamamento dos aprovados que trouxe renovação e qualidade para o quadro funcional”.
Além disso, o vereador também destacou seu empenho em projetos voltados para sustentabilidade, inclusão, esporte e transparência, “Foi uma gestão pautada pela transparência, diálogo e compromisso com a cidade de Manaus”.
Questionado sobre quem deve sucedê-lo, Caio André não apontou nomes e disse que a decisão deve ser feita pelos demais vereadores.
“Tenho plena confiança de que a escolha do próximo presidente será feita de forma democrática e responsável, priorizando os interesses da Câmara e da população de Manaus. Não cabe a mim apontar um sucessor, mas espero que seja alguém comprometido com a continuidade das ações positivas e com a modernização da Casa Legislativa”, afirmou.
Sucessão
O vereador ressaltou que durante seu período à frente da CMM, a Casa teve autonomia e conseguiu derrubar alguns projetos, como o empréstimo de R$ 600 milhões que foi negado à Prefeitura de Manaus em novembro de 2023.
“Nos últimos dois anos, a Câmara mostrou equilíbrio e independência nas decisões, como na votação do empréstimo. Para 2025, acredito que a correlação de forças seguirá equilibrada, com uma base de apoio ao Executivo comprometida e uma oposição firme, garantindo debates democráticos e decisões em prol da população”.
Caio André assumiu a presidência da CMM após a gestão de David Reis (Avante) que era mais alinhado à administração municipal. Questionado sobre o nome de Reis para assumir novamente a presidência, Caio André afirmou que acredita que as coisas serão diferentes.
“Quando assumi a presidência, trabalhei para fortalecer a autonomia e o respeito institucional da Câmara, priorizando o diálogo e o interesse público. Independentemente de quem for eleito para liderar a Casa, acredito que os vereadores estão comprometidos em evitar os problemas do passado, garantindo que a Câmara siga atuando de forma independente e em benefício da população”, disse o vereador.
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