Justiça Federal

Comando Militar da Amazônia diz que guardou material para evitar novas manifestações

CMA alega que decidiu atropelar negociação e abrigar material de bolsonaristas para 'negar meios e terrenos'. CMA foi citado por 'emprestar estrutura' para os protestos.

Waldick Junior
online@acritica.com
02/02/2023 às 16:38.
Atualizado em 02/02/2023 às 16:38

(Foto: CMA)

Em ofício apresentado à Justiça Federal pela Advocacia-Geral da União (AGU), o Comando Militar da Amazônia (CMA) afirma que aceitou guardar materiais de bolsonaristas acampados em frente ao quartel como forma de “negar meios e terreno” para novos acampamentos. Caixas de isopor, panelas, caixas d’água e paletes ficaram armazenados por dois dias dentro do QG do Exército, em Manaus, após a operação de desmonte do local. O caso foi noticiado em primeira mão por A CRÍTICA.

Em decisão publicada na última terça-feira (31), a Justiça Federal deu prazo de dois dias para que o CMA apresentasse, por espontânea vontade, os materiais guardados no dia 9 de janeiro. A determinação não levou em consideração que a aparelhagem dos bolsonaristas já havia sido devolvida a eles próprios no dia 11 de janeiro, conforme noticiou este jornal. 

O novo ofício foi apresentado à Justiça pela AGU para esclarecer à Juíza do caso, Jaiza Fraxe, que os materiais não estão mais no quartel. Caso a aparelhagem não fosse entregue, a magistrada afirmou que comunicaria o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, sobre a atuação do CMA na operação. Ele é o relator das ações que tratam de atos antidemocráticos pelo país.

No documento, o Exército afirma que a guarda dos pertences foi solicitada pelos próprios bolsonaristas e atendida pelo Quartel. Os materiais ficaram armazenados atrás do portão de entrada do CMA e na área lateral do QG. 

“Cabe referir que foi deixado no local material resultante do desmonte dos acampamentos, os quais foram recolhidos por funcionários da prefeitura de Manaus e depositados em uma área com segurança, visando evitar sua reutilização imediata e futuras concentrações”, diz o chefe do Estado-Maior do CMA, general Andrelucio Ricardo Couto, assinante do ofício.

Relembre o caso

Em petição apresentada no âmbito da ação federal que trata do acampamento bolsonarista em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), em Manaus, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE-AM) afirma que o Exército Brasileiro cedeu espaço a manifestantes para guardar, temporariamente, materiais do acampamento durante a operação de desmonte do local. 

A PGE-AM registra ainda que o Exército negociou individualmente, dentro do quartel, com os acampados. A conduta do Comando durante a operação de retirada dos acampados em frente ao quartel está sendo investigada pelo Ministério Público Militar.

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