Festival de Parintins

Manifestação contra falta de pagamento culmina em incêndio de alegorias no galpão do Garantido

Guarnições da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros tiveram que atuar para conter o tumulto em Parintins

Karol Rocha
karol.rocha@acritica.com
09/07/2022 às 10:23.
Atualizado em 09/07/2022 às 10:54

Galpão do Boi Garantido tem sido palco de inúmeras manifestações por conta do atraso no pagamento de artesãos (Foto: Keynes Breves/ Folha de Parintins)

Dezenas de trabalhadores fizeram um protesto na sede do boi Garantido, em Parintins, na noite desta sexta-feira (8) em razão de problemas relacionados ao pagamento de salários e serviços prestados. O tumulto culminou no incêndio de alegorias no galpão e foi necessária a atuação do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (Cbmama) para conter as chamas. 

De acordo com a corporação, o fogo foi iniciado devido a protestos de funcionários. Para a contenção do incêndio foi utilizado pelo menos 300 litros de água, e após a extinção das chamas, o Corpo de Bombeiros disse que permaneceu no local junto com as guarnições da Polícia Militar do Amazonas até o fim da movimentação. O acionamento ocorreu por volta das 21 horas. 

Em vídeos que circulam em grupos de mensagens, os trabalhadores que atuam em diversas frentes do boi Garantido se revoltaram com a falta de pagamento. “A gente coloca esse boi na arena debaixo de sol e de chuva e a gente não tem dinheiro para receber. Que valor o artista tem, Parintins?”, protestou um dos funcionários. “Eu nunca vi isso na minha história”, disse outro trabalhador. 

Nas redes sociais, o apresentador oficial do boi Garantido, Israel Paulain, veio a público pedir à diretoria para que cumpra com o pagamento dos funcionários. “Presidente, pague os nossos trabalhadores! É humilhante ver o que estamos vendo, o que o mundo está vendo, o maior artista da história do festival Jair Mendes pedindo para que seja pago, artistas que já fizeram o festival e contribuíram com o grande espetáculo, independente do resultado, também precisam receber”, diz ele que acrescenta que também pede o recebimento da segunda parcela de contrato. 

“Isso dói na minha alma. Todos sabem do sentimento e verdadeiro que tenho por esse boi, então não venham me confundir e confundir as pessoas”, disse. Ainda nesta sexta-feira (8), a vice-presidente da agremiação, Ida Ferreira, disse que parte dos pagamentos será feita neste sábado (9), "será o galpão pela manhã e a tarde o tribal”, comentou ela, em uma transmissão feita por um portal de notícias do município. 

“Temos que ter compreensão, você que adora só gafinhar as pessoas e o Garantido tenha respeito e a gente está fazendo o melhor da gente para efetuar o pagamento”. Nas últimas semanas, o Boi da Baixa do São José vem contabilizando inúmeras crises dentre elas a financeira. 

O presidente Antônio Andrade disse ao A Crítica, no último dia 7, que calcula que entre cerca de 15% a 20% dos trabalhadores e fornecedores ainda não foram pagos, e creditou os atrasos a um recurso de R$ 1,5 milhão bloqueado na Justiça do Trabalho e ao recebimento de patrocínios. A equipe de reportagem segue na tentativa de contato com membros do boi Garantido para um posicionamento acerca das manifestações ocorridas no município.

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